Mas pede o apoio de São Paulo. Deixa claro que Willian está para ganhar o lugar de Oscar. E espera a Argentina na final da Copa…
Felipão é mais transparente do que os dirigentes gostam.
Ainda mais nestes tempos de tanta politicagem.
Ele acaba de dar a sua coletiva mais proveitosa na Granja Comary.
Sua missão nos bastidores era óbvia.
Seduzir a torcida paulista.
São Paulo tem como característica ser a pior torcida para a Seleção.
No Morumbi já houve exageros absurdos.
Como no dia 15 de novembro de 2001.
O jornal Lance! distribuiu milhares de bandeiras brasileiras.
Cada pessoa que entrasse no Morumbi tinha direito a uma.
A intenção era incentivar a Seleção, óbvio.
Mas o resultado foi inesquecível.
O Brasil jogou muito mal contra a Colômbia.
Venceu por 1 a 0.
Mas revoltados, as bandeiras foram jogadas ao gramado.
Foi inacreditável ver milhares de bandeiras brasileiras no chão.
A última vez que a Seleção visitou o estado está fresca na memória.
Venceu a África do Sul no dia 7 de setembro de 2012.
A Seleção mostrava um futebol inseguro nas mãos de Mano Menezes.
As vaias foram impiedosas.
E de maneira egoísta, foram seletivas.
Pouparam Lucas do São Paulo e Paulinho, do Corinthians.
Mas atormentaram Neymar.
Ele era chamado de ‘pipoqueiro’ cada vez que pegava na bola.
Foi péssimo em campo.
Acabou substituído por Arouca.
Luís Álvaro, então presidente do Santos, avisou.
Não queria mais Neymar na Seleção jogando no Morumbi.
A origem desse rancor remonta há décadas e décadas passadas.
Quando o bairrismo imperava.
A CBF, então CBD, com sede no Rio, privilegiaria convocações cariocas.
O que há um fundo de verdade, infelizmente.
Felipão sabe que o Morumbi não seria o local ideal para a despedida antes da Copa.
Não há coerência alguma enfrentar o pior palco a seis dias do Mundial.
Ainda mais sabendo que a abertura é justamente na mesma cidade.
A Comissão Técnica gostaria de repetir a velha fórmula.
Levar a Seleção para uma cidade apaixonada pela Seleção.
A ideal seria Recife.
Repleta de torcedores alucinados e eufóricos.
Bem menos exigentes e muito mais compreensivos.
Também há um fundo histórico.
O Nordeste ao longo dos anos viu muito pouco o Brasil.
Os jogadores mais importante do país e do Exterior.
Mas Marin precisava levar a partida ao Morumbi do seu São Paulo.
“O presidente me perguntou se tudo bem se levasse a última partida para São Paulo. Perguntei se poderia sugerir outro estado. Entendi que não. Não podia fazer nada. Então vamos para São Paulo”, confessou Felipão, no momento mais hilário e transparente da coletiva.
Inteligente, o treinador passou então a cumprir seu papel.
Seduzir a torcida paulista.
Além de Neymar, Mano foi muito xingado pelos paulistas.
Grande parte da torcida já o queria fora da Seleção.
“Se a história mostra que São Paulo não tem uma boa relação com a Seleção, vamos mudar a história. Fazer de São Paulo a nossa casa. O torcedor de São Paulo foi beneficiado por ter dois jogos do Brasil em seguida. A minha relação com a cidade é ótima. Já sei que muita gente está na cidade para a abertura da Copa. Eu e o Parreira recebemos ligação do sheik com quem trabalhamos no Kwait e ele está em São Paulo. Agora a torcida é pelo Brasil. Eu vou para lá feliz. São Paulo é a minha casa!”
Felipão cumpriu bem a sua missão.
Até porque é verdade, ele fez de São Paulo sua cidade.
É daqui que administra sua vida, seus negócios.
Embora só tenha trabalhado aqui no Palmeiras, é tratado muito bem.
Corintianos e são paulinos cansam de pedir autógrafos e fotos.
E é o que ele espera que aconteça também com Neymar.
Mas o técnico está tranquilo.
Sabe o quanto Neymar amadureceu nos últimos anos.
Não tem medo que se repita 2012.
Ele está no auge de sua forma e com muito mais personalidade.
Tudo o que aconteceu contra a África do Sul também se deve à imaturidade.
Ele tinha 20 anos e era a estrela de um time ruim, mal organizado.
O que será diferente amanhã.
Felipão deixou também a sinceridade aflorar em relação a Willian.
Ele está encantado com o jogador.
E Oscar corre mesmo muito perigo de perder a vaga de titular.
Pode até começar a Copa do Mundo jogando.
Mas será difícil terminá-la deixando o concorrente na .
“O Willin reage muito rapidamente às jogadas. Faz bem qualquer função. Pelo meio, pelos lados, arma. E chuta muito bem ao gol. Peço para ele bater quando estiver a cinco metros da área. Tem ótimo chute que dificulta para qualquer goleiro. Ele dá qualidades que a equipe não tinha, acrescenta. Pode ser que comece a partida não só contra a Sérvia ou até contra a Croácia. Está preparado. Foi um achado para a Seleção Brasileira.”
Felipão não se derrete por um jogador assim à toa.
Ele sabe que Oscar não vem bem desde o Chelsea.
Desde os tempos de São Paulo e Inter sempre foi tratado como estrela.
Mourinho foi o primeiro treinador a questionar seu futebol.
A deixá-lo na ou até fora de jogos importantes.
Isso o abateu psicologicamente.
Chegou inseguro na Seleção.
Seu rendimento está muito abaixo da Copa das Confederações.
Felipão percebeu isso.
Ao mesmo tempo em que Willian treina cada vez melhor.
Para terminar sua tarde de revelações, veio a Argentina.
Foi perguntado por um repórter de Buenos Aires.
Queria saber se desejava uma final com o país de Messi.
Felipão não fugiu da resposta.
Foi direto.
“Olha, eu e a minha Comissão Técnica fizemos os cruzamentos possíveis. E é bem possível que o Brasil faça a final com…a Argentina. O que seria ótimo para o futebol sul-americano. Há várias situações que levam para essa decisão. Mas eu estou preocupado com o caminho do Brasil. Não posso ficar pensando no que acontece com a Argentina ou os outros. Quero o Brasil na final. Isso é o que me interessa. Depois, venha quem vier.”
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“Felipão sabe que seria melhor o Brasil jogar contra a Sérvia no Nordeste. Mas pede o apoio de São Paulo. Deixa claro que Willian está para ganhar o lugar de Oscar. E espera a Argentina na final da Copa…”