O estudo foi feito só em ratos, mas serve de alerta para os humanos que costumam unir bebidas energéticas e cigarro, uma mistura muito comum em baladas. Uma pesquisa feita na Unesp (Universidade Estadual Paulista) indica que um aminoácido chamado taurina, presente nos energéticos, em associação ao tabagismo prejudica a saúde do coração.
Sozinha, a taurina, que também é encontrada em alimentos de origem animal como carne bovina e de aves, peixes e mariscos, é um componente importante para o corpo.
O aminoácido, presente em grande quantidade no leite materno, tem função, por exemplo, no desenvolvimento cerebral do bebê. O composto também age no combate ao colesterol, regula funções do coração e estimula o cérebro.
O problema parece estar na associação entre o aminoácido e o cigarro. Na pesquisa, a nutricionista Fabiana Gouveia Denipote expôs ratos ao cigarro durante dois meses e também deu taurina diluída em água para os animais, que passaram por exames como o ecocardiograma enquanto estavam vivos.
Depois que os ratos foram sacrificados, a pesquisadora analisou a estrutura do coração deles e indicou que os animais ficaram com problemas no processo de diástole (quando o músculo cardíaco relaxa e o órgão se enche de sangue).
De acordo com Fabiana, o motivo provável dessa falha cardíaca é a interferência da taurina sobre uma proteína que leva o cálcio para o coração – essa substância é fundamental para o funcionamento do órgão, já que tem influência sobre a geração e modulação da atividade elétrica e também sobre o sistema de contração que permite o bombeamento de sangue para a circulação. Essa alteração poderia levar à insuficiência cardíaca.
Outra mudança notada foi a diminuição da utilização de gordura para a produção de energia do órgão e o aumento no uso de glicose (açúcar) no processo. Isso pode indicar uma redução na energia disponível para o funcionamento do coração.
A pesquisadora diz que são necessários mais estudos para concluir como a ligação entre a taurina e o tabagismo afeta o coração humano, mas que o estudo já serve de alerta para a população em geral. Ela ressalta também que na pesquisa foi usado o aminoácido puro (1,5 por dia) diluído em água, e não bebidas energéticas.
– É possível sugerir que isso aconteça em humanos também. Vale ficar de alerta porque isso pode acontecer com os homens também.