A Policia Civil de Mato Grosso iniciou uma operação na cidade de Arenápolis, médio Norte de Mato Grosso, para prender uma quadrilha que está atuando na região, especificamente nos municípios de Tangará da Serra em Arenápolis, Nortelândia, Cuiabá e Várzea Grande, através da falsificação de documentos para saques elevados. Essa quadrilha age junto as agências do Banco do Brasil, em fraude de ações da Petrobras e utiliza idosos com nome de pessoas já falecidas. Suspeita-se que, posteriormente, essas pessoas usadas eram executadas por serem arquivos vivos contra a quadrilha.
De acordo com as investigações, os criminosos cooptavam principalmente pessoas com idade acima de 60 anos, sem familiares. Eles recebiam uma porcentagem do golpe. Através de documentos falsos, esses idosos efetuavam os saques nas contas das pessoas falecidas. Na operação em Arenápolis, uma delas foi presa e entregaria a quadrilha R$ 700 mil e receberia em troca R$ 26 mil. Seu nome não foi revelado pela Polícia.
“A Policia Civil agiu rápido. Conseguimos seguir os passos da quadrilha, que contava com um advogado por nome Max, que inclusive havia sido preso na Operação Asafe, desencadeado pela Policia Federal”- disse o delegado Wilson Leite. O advogado em questão é Maxweize Mendonça, que fora preso com outros quatro profissionais da área. Segundo o delegado, o advogado continuou a aplicar golpes e novamente fez parte dessa quadrilha de estelionatários, falsificando documentos públicos e cooptando idosos, com o objetivo justamente de lesar o banco do Brasil.
O golpe contaria com o apoio de funcionários do Banco do Brasil, que também recebiam parte do dinheiro. “Essas pessoas estiveram no Banco do Brasil na manhã da última terça-feira, mas já haviam estado em dias anteriores. Eles tiveram contato com uma das funcionárias do Banco do Brasil, saíram para almoçar juntos, o que é muito estranho, esse tipo de comportamento, onde o funcionário sair para almoçar com o cliente, principalmente quando esse cliente não é da região” – explicou o policial.
Wilson Leite explicou que as contas fraudadas na realidade não são do Estado de Mato Grosso. Segundo ele, essa funcionária do Banco do Brasil de Areanápolis cooptou, entrou no sistema bancário e o dinheiro na realidade era para ser sacado no interior do Mato Grosso, que era Arenápolis. “Flagramos tanto o advogado, como os dois idosos e mais uma outra pessoa que veio de Goiânia, que era justamente uma das pessoas que traz os documentos falsos para entregar para os idosos e eles foram todos presos” – disse. Os envolvidos foram atuados em flagrante pelo crime de formação de quadrilha, documento falso e estelionato.
Segundo o delegado regional, as pessoas envolvidas com a quadrilha, os chamados “laranjas”, eram cientes da situação. “Tanto é que eles ciência, iriam receber determinada importância pecuniária além de documentos falsificados para que eles pudessem servir de laranja para receber a importância pecuniárias nas agências” – observou.
Leite acredita que pelo fato de ser um arquivo vivo com certeza a quadrilha não iria deixa-la viva. Ele informou que uma dessas pessoas detidas responde por tentativa de homicídio em Goiânia. “Eu acredito que a quadrilha com certeza eliminaria essas pessoas idosas” – disse.
Foram dois meses de investigação. Trata-se de uma quadrilha especializada montada em Goiânia que utilizava o interior do Estado para aliciar os funcionários do Banco do Brasil. A quadrilha já agiu em Camboriu (SC) e também em cidades de Minas Gerais e estava agindo em Arenápolis. Ainda em Mato Grosso, em Tangará da Serra, existe um dos envolvidos. A Polícia já descobriu também que em Nortelândia os funcionários do Banco do Brasil eram estimulados com o objetivo de fazer com que essas ações fossem facilitadas. “Estamos aguardando o final da investigação para pedir a prisão temporária do envolvido “ – anunciou.