Mais de três horas de reunião no Palácio Paiaguás serviram para o governador Silval Barbosa (PMDB) e o secretário de Estado de Administração, Cézar Zilio, tentar convencer deputados estaduais de que as finanças estão no limite. E, diante disso, não há possibilidade de atender às reivindicações de setores grevistas no funcionalismo público em Mato Grosso.
A cúpula do Estado permanece irredutível com a posição de que não há dinheiro em caixa para atender aos pedidos de reposição salarial.
Até o momento, permanecem de braços cruzados servidores da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e investigadores e escrivães da Polícia Civil.
"Estamos no limite da responsabilidade e não podemos ceder nada, sob pena de descumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal e outras metas. O que os deputados devem buscar é um consenso com os grevistas para garantir o retorno aos trabalhos", afirmou Cezar Zilio.
Em relação à Polícia Civil Civil, o Estado segue com a proposta de conceder aumento de 10% até 2014, benefício que também se estenderia aos servidores do Detran. Na Sema, a proposta é extinguir a verba indenizatória e incorporá-la ao salário, o que elevaria o ganho real do salário acompanhado de um aumento de 20%, dividido nos próximos dois anos.
Conforme dados da Secretaria de Estado de Administração (SAD), o Estado gasta, mensalmente, R$ 270 milhões com folha de pagamento salarial. Se acatar a reivindicação das três categorias grevistas, será acrescido mais de R$ 1 bilhão anual para pagamento de salários.
Convencidos
O deputado estadual Ademir Brunetto (PT) afirmou que o resultado da reunião foi satisfatório e defendeu a posição do Estado. "Mato Grosso está na lista dos que melhor pagam o funcionalismo público. Infelizmente, não é possível atender aos pedidos neste momento e espero que seja compreendido pelos servidores", disse.
A apresentação dos dados econômicos convenceu, até mesmo, a deputada estadual Luciane Bezerra (PSD), considerada oposicionista à gestão estadual.
"Realmente, não há suporte financeiro para o Estado atender às reivindicações. Espero que o governador Silval Barbosa dê autonomia aos secretários para negociar com as categorias o fim deste impasse", declarou a deputada.
Dados
Um dos resultados do diálogo dos deputados estaduais com o Governo do Estado foi a ideia de formular uma agenda em conjunto, para dialogar com a categoria dos servidores grevistas.
O secretário Cézar Zilio deverá comparecer, ainda nesta semana, à Assembleia Legislativa para apresentar dados econômicos do Estado que justifiquem a contenção de gastos.
Cerco fechado
Momentos antes da reunião desta quarta-feira, servidores grevistas tentaram invadir a sede do Palácio Paiaguás, como forma de protesto.
A Polícia Militar foi acionada e conteve os ânimos de forma pacífica. Um cordão de isolamento foi formado pelos PMs em uma guarita. Não houve confusão.
Policiais militares impede a entrada de manifestantes no Palácio Paiaguás