Até o momento 17.733 casos da doença foram confirmados em Mato Grosso.
Um comparativo realizado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) mostrou que houve um aumento significativo no número de casos de dengue em Mato Grosso no primeiro semestre de 2015. Entre 1º de janeiro e 23 de julho foram confirmados 17.733 casos de dengue, totalizando 97,34% de aumento se comparado ao mesmo período de 2014, quando 9.986 casos foram notificados. O aumento alerta que os cuidados devem ser intensificados.
De acordo com a coordenadora de Vigilância Epidemiológica, Flávia Guimarães, não há limite para a infecção pelos vírus da dengue e as pessoas podem sofrer infecções sucessivas por todos os tipos de vírus circulantes. “Esse ano nós temos dois sorotipos circulando ao mesmo tempo, o sorotipo 1 e o sorotipo 4, o que aumenta a possibilidade de ter novos casos. Se uma pessoa já adoeceu pelo tipo 4 corre o risco de adoecer pelo tipo 1 e assim vice-versa”, explica.
Para a coordenadora, o aumento é alarmante, tornando ainda mais necessário que as ações de controle e prevenção ao mosquito transmissor da dengue sejam intensificadas por parte de todos os gestores municipais e com a ajuda da população.
“O que permite que a gente tenha o mosquito é o criadouro, por isso é fundamental que as ações de combate sejam contínuas e a população se mantenha atenta. Havendo o criadouro existe a possibilidade de o mosquito nascer, voar e transmitir a doença”, alerta a coordenadora explicando que apesar das chuvas terem diminuído, ainda existe o acúmulo de lixo e materiais que acumulam água parada.
Em Mato Grosso, dos depósitos predominantes para criadouros, 57% corresponde a depósitos para armazenamento de água para consumo, como caixa d’água; 23% são pequenos depósitos como frascos e vasos; 14% são depósitos passíveis de remoção (lixo); e 3% são depósitos fixos como calhas e ralos.
O controle da dengue é uma ação continuada na Saúde do Estado. Para intensificar as medidas de vigilância, prevenção e controle da doença a Secretaria de Estado de Saúde (SES) monitora semanalmente a progressão dos casos e orienta para que cada município intensifique suas ações no combate ao mosquito transmissor das doenças. Atividades de vistoria, orientação e prevenção serão reforçadas, principalmente nos municípios silenciosos, que não registraram nenhum caso, e nos de maior incidência.
Em relação à ocorrência de mortes relacionadas à doença, 12 casos foram notificados, sendo cinco confirmações nos municípios de Sapezal, Cuiabá, Sorriso, Rondonópolis e Matupá. As outras sete mortes continuam em investigação e aguardam resultado laboratorial.
Ainda foram registrados 197 casos suspeitos de febre chikungunya. Deste total, 152 encontram-se em análise, 45 foram descartados e um caso importado foi confirmado. Em relação ao Zika vírus, 91 amostras de exames foram encaminhadas para diagnóstico diferencial.
Até o momento não há registro de caso autóctone confirmado de febre chikungunya e nem existe a presença da circulação do vírus Zika.
A dengue, a febre chikungunya e o Zika vírus são doenças transmitidas pelos mesmos vetores, os mosquitos Aedes Aegypti e Albopictus, que podem ser eliminados com simples ações no dia-a-dia. A população deve ficar atenta, alguns cuidados simples podem ser tomados por todos em suas residências para evitar o acúmulo de água parada, como fechar a caixa d’água de forma adequada; não acumular vasilhames, lixos e embalagens no quintal; verificar se as calhas não estão entupidas; e colocar areia nos pratos dos vasos de planta.
Fonte: LORRANA CARVALHO