Atualizada às 19h10) Terminou sem acordo, e sem qualquer proposta por parte do governo de Mato Grosso, a reunião entre os secretários de Estado, Paulo Taques (Casa Civil) e Paulo Brustolin (Sefaz) com representantes do Fórum Sindical. O governo do Estado pediu prazo de 48 horas para negociar recursos em Brasília, onde 2 reuniões serão realizadas nesta quarta-feira (1º). Depois, voltam a se reunir na quinta-feira (2) às 16h na Secretaria de Gestão (Seges).
Uma das reuniões será entre Paulo Brustolin e o secretário executivo do Ministério da Fazenda, para debater sobre a dívida pública dos estados com a União. A outra reunião será entre o governador Pedro Taques (PSDB) com o presidente interino Michel Temer (PMDB), ao meio dia, para “tratar de temas de interesse de Mato Grosso”.
Paulo Bustrolin e Paulo Taques se reuniram a portas fechadas por cerca de 40 minutos com representantes do Fórum Sindical, para discutir a contraproposta dos servidores para o pagamento da Revisão Geral Anual (RGA). Ao final, eles atenderam a imprensa e Taques explicou que o governo estava fechando um estudo para trazer uma nova proposta ao Fórum Sindical, mas surgiram os 2 fatos novos (reuniões em Brasília).
Uma sessão extraordinária do Confaz em Brasília e na pauta, Brustolin e os representantes do Ministério da Fazenda vão debater a dívida pública dos estados com a União. “Pode haver, inclusive, uma moratória de alguns meses na dívida dos estados coma União. Pode haver, é um dos pontos que podem ser debatidos amanhã. Esta é uma medida que com certeza interfere no nosso estudo sobre a proposta que vai ser apresentada aqui”, disse Paulo Taques.
Conforme o secretário, serão discutidos ainda temas que interferem diretamente no reajuste dos salários de servidores públicos do Brasil inteiro. “Então há condicionantes. A União pode querer alguma contrapartida. Outro fator que segundo Paulo Taques precisa ser levado em conta, é que na tarde desta terça-feira uma agenda do governador Pedro Taques com o presidente interino Michel Temer foi marcada para ocorrer às 12h desta quarta-feira.
“Por óbvio que o governador Pedro Taques mantém uma relação política e de amizade pessoal com o presidente Michel Temer que não tinha com a ex-presidente da República, hoje afastada, Dilma Rosseff. O governador vai tratar de temas de interesse de Mato Grosso: repasses da União e tudo mais que já sabemos. É uma outra reunião que dependendo do seu resultado, pode interferir também nessa nossa proposta”, adiantou Taques.
Taques disse que ao pedir a transferência da reunião para a próxima quinta-feira, deixou claro aos sindicalistas que não se trata de uma tentativa de procrastinação, até porque, segundo ele, ninguém procrastina nada por 2 dias. “O que nós queremos é aprimorar e concentrar esforços para talvez com informações e decisões que vão correr amanhã fazer uma proposta diferente da que faríamos hoje”, disse o chefe da Casa Civil ao informar que o governo estava analisando a contraproposta do Fórum Sindical que é de receber os 11,28% da RGA ainda este ano.
“Estavamos fechando nosso estudo para fazer a contraproposta. Suspendemos e tomamos essa decisão. O governador entende que é uma negociação de absoluta importância e prioritária por isso não podemos correr o risco de fazer uma proposta hoje e depois de amanhã ter que mudá-la”. Segundo ele, na reunião oram debatidos números com os sindicalistas. Para Taques, “é desnecessária a greve nesse momento porque estamos em franca negociação”.
Movimentação e protesto lá fora durante reunião
Enquanto a reunião seguia no auditório da Secretaria de Gestão, do lado de fora milhares de servidores protestam contra o governo do Estado pelo corte da RGA nos salários de maio, pagos nesta terça-feira (31). (Veja vídeos abaixo)
O governador havia proposto RGA de 5% em 2 parcelas, em setembro e janeiro de 2017. Os servidores, através do Fórum Sindical, aceitam o índice de 11,28% divididos ao longo deste ano mas retroativo ao mês de maio.
PPPs
Além dos funcionários públicos, o Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público (Sintep) realiza manifestação em repúdio ao projeto de implantação de Parcerias Público Privadas (PPPs) para cuidar das estruturas físicas das escolas estaduais.
Chico Ferreira |
Profissionais da Educação e estudantes engrossam no Centro Político Administrativo (CPA) o protesto iniciado pelos servidores públicos em greve, gritando palavras de ordem contra o governador Pedro Taques (PSDB).