O interesse do grupo chinês China Railway Engineering Corporation (Crec) em investir em Mato Grosso pode acelerar o processo de construção da Ferrovia Vicente Vuolo, a Ferronorte, no trecho entre Cuiabá e Santarém (PA). A perspectiva é do secretário de Transporte Intermodal, Francisco Vuolo.
A parceria é considerada viável, por atender a interesses dos dois países. Para o Brasil, especificamente Mato Grosso, o trecho ferroviário se tornaria caminho de integração entre regiões Norte e Sudeste; e para os chineses, seria mais uma rota para importação de produtos. Hoje, a China é a maior economia mundial.
Segundo Vuolo, o pontapé iniciado foi dado neste ano com o grupo, por meio da assinatura de um protocolo de intenções. A extensão total do trecho que pode ser concedido para o grupo é de dois mil quilômetros, com previsão de R$ 8 bilhões a R$ 10 bilhões em investimentos. A Ferronorte tem uma extensão total de cinco mil quilômetros.
As ligações que a ferrovia possibilitará são Cuiabá – Aparecida do Taboado (MS); Cuiabá – Porto Velho (RO); Alto Araguaia (MT) – Uberaba/Uberlândia (MG) e, por último, o trecho no qual os chineses estão interessados, apontado com o maior deles.
"Sem dúvida alguma, o interesse de capital estrangeiro na Ferronorte, que já foi liberado pelo Governo Federal, mostra que há uma possibilidade real de uma construção tão grande", afirmou Vuolo, em entrevista ao MidiaNews.
De acordo o secretário, o que pode ser adiantado pelos chineses, por exemplo, são os estudos de viabilidade da obra. Até o momento, não há caminho definido e prazos para o início dos estudos e projetos de execução também não foram desenhados.
Porém, a perspectiva é que, no próximo ano, comece a ser discutido o modelo de concessão que será implantado e, a partir de então, datas serão formuladas.
Economia crescente
Na análise do secretáriol, Francisco Vuolo, o trecho de dois mil quilômetros da Ferronorte que serão construídos de Cuiabá até Santarém (PA) significarão um avanço da economia de Mato Grosso.
"É uma ferrovia estratégica, que garantirá o escoamento da produção e permitirá volume de cargas importante para o eixo Cuiabá- São Paulo, também. Vai fortalecer muito nossa economia, reduzir custos de muitos produtos e, consequentemente, reduzir custo de vida da população", disse.
Hoje, lembrou Vuolo, o que se produz na Zona Franca de Manaus (AM), por exemplo, tem escoamento pela Belém-Brasília ou, ainda, contornando o Oceano Atlântico. Com a Ferronorte, será outra possibilidade, além da formação de novas cadeias produtivas.
"O Governo do Estado e os chineses estão apostando muito nessa ferrovia. Agora, é um investimento alto, que precisa de planejamento. Mas, só o fato de ter a perspectiva real já abre portas para novos investidores", compleou o secretário.