Empresário diz que amava adolescente e nega participação

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O empresário Rogério Amorim, 38, em depoimento prestado na tarde de quarta-feira (6), na Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), negou qualquer participação na morte da menor Maiana Mariano Vilela, com quem se relacionava há pelo menos um ano.  A oitiva foi realizada pela delegada Anaíde de Barros, responsável pelas investigações, e durou cerca de meia hora. 

Rogério solicitou o direito de falar em juízo, mas se defendeu das acusações de ter tramado a morte de Maiana. “Ele negou que tenha matado, ou mandado matar. Disse também que pretendia se casar e que a amava Maiana”, informou Anaíde. 

Mesmo com as negativas de Rogério, a delegada afirma que tem provas contundentes que o ligam a execução da menor. Além da confissão de Paulo Ferreira, que admitiu ter assassinado a adolescente, a mando de Rogério, ligações telefônicas mostram que o empresário estava ciente da morte da ex-namorada. 

Em uma conversa com a mulher, gravada pela polícia, Rogério disse: “você sabe quem eu amo e o que aconteceu com ela”. Já Calisângela responde: “então, se for para me matar, que faça com suas próprias mãos”. A delegada entende que a gravação mostra que o empresário e sua esposa Calisângela de Mores, 36, sabiam do plano e que a menor já estava morta. 

O empresário disse para a delegada que esta tranquilo e acredita que vai ser liberado da prisão nos próximos dias. À delegada Rogério disse que já se acostumou com a prisão e que o "pior já passou". Por ter nível superior, ele é formado em Arquitetura, Rogério teve direito a prisão especial.

A mulher de Rogério prestou depoimento na segunda-feira (4) e também negou participação no crime. Ela disse que não sabia que o envolvimento de Rogério com Maiana estava sério. “Ela achava que Maiana era só uma amante”, disse Anaíde sobre o depoimento de Calisângela. 

Caso Maiana 

Maiana Vilela desapareceu no dia 21 de dezembro de 2011. Investigações da Polícia Civil revelaram que a jovem foi vítima de um plano cruel, tramado pelo ex-namorado, Rogério Amorim. 

A DHPP prendeu oito pessoas por envolvimento no crime, quatro foram liberados por não terem participado efetivamente do assassinato, apenas sabiam do crime. A prisão temporária foi revogada após o depoimento deles e que, segundo a Polícia, contribuiu para esclarecer o assassinato e também para apontar os autores. 

Continuam presos o empresário e a esposa dele. Como executores, Paulo Ferreira Martins e Carlos Alexandre Nunes da Silva, que teriam recebido R$ 5 mil pelo crime, além da moto que Carlos ainda a revendeu. A delegada deverá solicitar, ao término dos 30 dias, a prisão preventiva dos quatro. 

Segundo a Polícia, Rogério contratou Paulo Ferreira e Carlos Alexandre para executarem a menor. 

Ele deu um cheque de R$ 500 para Maiana descontar no Banco Itaú, no CPA 1. Ela teria que levar R$ 400 desse montante para pagar um suposto caseiro, em uma chácara na região do Coxipó do Ouro. 

Esse pagamento era parte do plano de Rogério para atrair Maiana para o seu algoz. A garota foi até a chácara, entregou o dinheiro para Paulo, que a matou em seguida, por asfixia. Ele teve a ajuda de Carlos Alexandre. 

A dupla colocou a menor no banco traseiro de um automóvel Uno, de cor prata, que pertencia a Paulo. Eles levaram o corpo de Maiana até a empresa de Rogério, no bairro Três Barras, para que ele comprovasse a morte da ex-namorada. 

Depois disso, o corpo da menina foi enterrado em uma área afastada, na estrada da Ponte de Ferro, a cerca de 15 km de Cuiabá. O corpo de Maiana foi resgatado por policiais na manhã do dia 25, após terem prendido a quadrilha. 

 

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