Em protesto, médico não aceita plano de Saúde na 5ª

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O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) confirmou, para quinta-feira (7) a adesão dos profissionais do Estado à paralisação que ocorrerá, em todo o Brasil. O movimento visa a chamar atenção da sociedade e da Agência Nacional de Saúde (ANS).

Os médicos que atendem mediante planos e seguros de Saúde cruzarão os braços, em protesto aos baixos valores pagos pelas consultas e em crítica à falta de valorização profissional. O movimento busca a retomada da autonomia profissional.

A nova presidente do CRM-MT, Dalva Alves das Neves, disse que os médicos e sociedade estão reféns dos planos de saúde. "Além da falta de valorização profissional, estamos sendo impedidos de realizar nosso trabalho. Até o tempo de internação de cada paciente é ditado pelos planos de saúde. Corremos o risco de dar alta, sem que o tratamento tenha terminado. Isso resultado em prejuízo para o paciente e para a classe médica, que é impedida de cumprir adequadamente a função", disse a médica.

Médicos reclamam sobre a limitação da atividade médica proposta pelos planos de saúde, em que o profissional tem um limite de pedidos de exames e, caso ultrapasse, acaba sendo descredenciado de forma unilateral.

Outra reivindicação é por reajustes nos valores repassados, tanto de consultas, quanto de procedimentos com base na Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM) 2010. 

Entidades médicas querem que as consultas tenham um piso mínimo de R$ 60. Segundo o CRM, o valor sugerido ainda é baixo, o ideal seria R$ 80, montante considerado distante da realidades local e nacional. 

Em Mato Grosso, os valores das consultas pagos pelos planos gira entre R$ 40 e R$ 52. Sendo que o plano MT Saúde, xclusivo para o servidor público estadual, paga R$ 40 a consulta, valor mais baixo entre todos os planos. Já a Unimed, detentora da maior fatia de assegurados, no mercado estadual e nacional, paga entre R$ 48 e R$ 52 por consulta.

Segundo Dalva, a defasagem nos preços pagos aos médicos tem resultado ainda no afastamento de especialistas dos planos de Saúde. "Muitos médicos estão deixando os planos e preferindo atender somente de forma autônoma. Têm planos já não possuem profissionais de algumas especialidades. Oferecem apenas a quantidade exigida pela legislação, que é insuficiente para atender a carta de clientes. Por isso, tem gente que espera três meses para fazer uma consulta", disse a presidente do CRM.

Interferências no trabalho médico

Uma pesquisa realizada pela Associação Paulista de Medicina aponta as principais interferências dos planos no trabalho médico.

Rejeitar uma prescrição e até cancelar pagamento de procedimento médico ou medidas terapêuticas foram apontados como a maior interferência dos planos no trabalho médico. 

"Caso um paciente tenha que ficar internado por mais tempo que o plano tenha sugerido, o médico fica sem receber, ou tem que esperar por muito tempo pelo recebimento", disse a presidente do CRM-MT. Outra reclamação da classe é limitar o número de exames ou procedimento.

A pesquisa mostra que os planos também interferem na autorização de atos diagnósticos e terapêuticos, somente com a designação de auditores, além de limitar a cobertura de doenças pré-existentes. 

Essas práticas podem ser comprovada no caso do vereador Hedvaldo Costa (PSBD), de Sinop (500 km ao Norte de Cuiabá), que está à espera do sistema de Saúde Pública para se submeter a uma angioplastia. 

O procedimento, que visa a desobstruir uma artéria do coração, estava marcado para terça-feira (5), mas foi adiado porque o plano de saúde não autorizou a sua realização. A operadora do plano, a Unimed, pediu sete dias para levantar todos os medicamentos que serão utilizados e autorizar o procedimento.

Tome nota

O CRM informa que os pacientes previamente agendados para a data da paralisação serão atendidos em nova data. O atendimento será limitado aos casos de urgência e emergência.

O movimento é referendado pela Associação Médica Brasileira (AMB), Conselho Federal de Medicina (CFM), Federação Nacional dos Médicos (Fenam) e pelo conjunto das sociedades de especialidades médicas.

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