Em oito anos, Brasil e Holanda invertem papéis

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Da dir. para esq.: Seedorf, Bergkamp, Overmars e Cocu. Os quatro são ícones de uma geração holandesa muito boa, mas que não conquistou nada
Getty ImagesDa dir. para esq.: Seedorf, Bergkamp, Overmars e Cocu. Os quatro são ícones de uma geração holandesa muito boa, mas que não conquistou nada
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Em agosto de 2002 seria difícil acreditar que a Holanda estaria na final da Copa do Mundo de 2010. Seria tão difícil quanto imaginar que o Brasil não estaria nem entre os quatro melhores do torneio. 

Campeã do mundo em 2002, a seleção brasileira aparecia como a grande força do futebol nos próximos anos. A Holanda, por outro lado, ao ficar de fora daquele Mundial deixava no ar a dúvida sobre o futuro do país que desde 1974 (quando foi vice-campeão mundial) sempre renovou suas gerações e manteve o alto nível técnico. 

Oito anos depois, a situação se inverteu. A dúvida hoje paira sobre os pentacampeões. E os holandeses, que nunca foram campeões mundiais, estão na final da Copa da África. 

A Holanda conseguiu renovar uma geração que não ganhou nada entre 1994 e 2004. Há cinco anos atrás, comandada por Marco Van Basten, abandonou grandes nomes como Seedorf, Kluivert e Davids, e resolveu apostar em jovens como Sneijder, Robben e Van Persie, que disputaram a primeira Copa com 22 anos. 

Na África, a seleção holandesa confirma a boa fase. Já são 14 vitórias consecutivas, incluindo a campanha invicta nas eliminatórias. Foi a primeira seleção do continente a garantir a classificação para o Mundial. No torneio, já são seis vitórias em seis partidas. 

A média de idade do time não é exatamente baixa, mas a mescla entre jogadores experientes e novos criou um time competitivo e vencedor. Os 35 anos do capitão Van Bronckhorst encaixam bem com os 26 de Robben e Sneijder, os dois motores da equipe. 

 
Enquanto isso, o Brasil pecou na renovação. Enquanto Ronaldo, Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho eram campeões mundiais em 2002, Kaká era preparado como o grande nome para o futuro. Robinho se juntou a ele quatro anos depois, mas a geração do penta atrapalhou o andamento do processo de renovação em 2006. 

Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho e Roberto Carlos foram responsabilizados pela queda na Alemanha. Os dois primeiros, reforçados por Adriano, apareceram bem acima do peso na competição, e tomaram o lugar que poderia ser de um time mais bem preparado para 2010, como fez a Holanda. 

Sob o comando de Dunga, Kaká e Robinho decepcionaram. Adriano, outra aposta da geração para 2010, aparece mais nas colunas sociais e de polícia do que em esportes. 

E agora, Ricardo Teixeira, presidente da CBF, exige renovação para 2014. Quer fazer o que deveria ter sido bem feito há oito anos, quando o Brasil encantava o mundo. A Holanda fez, e agora pode comemorar o título da Copa da África. Boa parte deste time holandês terá por volta dos 30 anos no Mundial do Brasil. Será um bom adversário para o time de Ganso, Neymar e cia..

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