O ápice das comemorações dos 150 anos do nascimento do patrono das comunicações, o Marechal Cândido Rondon, foi celebrado com desfile cívico, lançamento do selo comemorativo, entrega de comenda e título, além do anúncio de conclusão do Memorial Rondon prevista ainda para este ano. A festividade foi realizada, no Distrito de Mimoso, pertencente ao município de Santo Antônio de Leverger (34 km ao sul da Capital), na manhã desta terça-feira (5). Contou com a presença do governador do Estado, Pedro Taques (PDT), o comandante do Exército, general Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, além da presença do neto de Rondon, Benjamin Rondon, e bisneto do ex-presidente americano Theodore Roosevelt, Tweed Roosevelt.
“Eu não vim aqui para inaugurar o Memorial. Já se passaram quatro governos e ela ainda não está pronta”, adiantou o governador Pedro Taques ao apontar para o Memorial Rondon que há 16 anos teve suas obras iniciadas e ainda não foram concluídas. De frente para a estrutura metálica que recentemente recebeu um teto metálico, o governador dispensou a promessa e preferiu firmar compromisso com a população local. “Terminaremos a obra no ano do sesquicentenário de Rondon”. Há 60 dias o governo do Estado retomou as a construção no espaço e, como declarou o gestor de Mato Grosso, e atualmente o Memorial chegou a 80% de estrutura executada.
Avaliada em mais de R$ 3 milhões, a inauguração do Memorial tem previsão de abertura e funcionamento somente no primeiro semestre de 2016. O espaço fomentará o turismo local e sua administração ainda é alvo de estudo pelo governo do Estado. Entretanto, a valorização da região também depende de investimentos básicos. “Precisamos tratar o esgotamento sanitário das cidades que estão à beira do Pantanal, que é patrimônio da humanidade, segundo a Unesco”. Taques defendeu que as vocações econômicas, como o turismo ecológico, da região serão debatidas junto à população.
Durante o ato comemorativo, o governador também anunciou a construção de uma quadra esportiva com cobertura para a primeira e única escola do Distrito, Escola Santa Claudina. Construída há 67 anos, a unidade educacional é alvo de histórias curiosas como a de Lorival Rodrigues Ferreira, 75 anos.
Sentado na primeira fileira da platéia, ele assistia a formatura de 200 soldados do Exército e buscava na memória o primeiro dia de aula na escola. O fato seria corriqueiro não fosse o detalhe de Lorival, na época com oito anos de idade, ter pegado carona no lombo do cavalo do Marechal Rondon. “Eu morava há 40 km daqui e estava doente, com coqueluche. Vim na garupa dele [Rondon] até a escola”. Orgulhoso, Lorival declara que quando conta a história poucos acreditam, mas que ‘tem como provar que é verdade‘. A escola está instalada na frente da construção do Memorial em homenagem ao patrono das comunicações.
Decreto
O governador do Estado, Pedro Taques, assinou um decreto que instituiu uma comissão para cuidar das comemorações alusivas aos 150 anos do nascimento de Cândido Rondon. Um grupo de trabalho também atuará para a elaboração do Programa de Desenvolvimento Sustentável do Pantanal Mato-grossense (Pró-Pantanal), que terá o prazo de 120 dias para apresentação do programa.
O Memorial Rondon, com área atual construída de 3.488,83 m¦, está localizado em uma área de vegetação pantaneira e possui dois andares. A princípio, a parte superior será dedicada à realização de exposições rotativas e o espaço inferior será utilizado para lazer e convivência. O projeto, idealizado pelo arquiteto José Afonso Botura Portocarrero e de coautoria de Paulo Molina, foi elaborado entre os anos 1997 e 1998.
O Marechal
Nascido em 1865 no Distrito de Mimoso, Cândido Rondon era filho único e aos dois anos de idade ficou órfão de mãe. Seu pai, meses antes dele nascer, morreu devido a complicações na saúde. Aos sete anos, foi levado por um tio para Cuiabá, quando iniciou os estudos na Escola Estadual Liceu Cuiabano. Após concluir as primeiras etapas escolares foi para o Rio de Janeiro, onde ingressou em uma escola militar.
Rondon retornou ao Estado como responsável pela construção telegráfica que ligaria o Estado às demais localidades brasileiras. Foi a partir do retorno para as terras mato-grossenses que seu contato com os povos indí