Corinthians e São Paulo, ano 1 d.AC.
A rivalidade entre os dois times teve o seu primeiro capítulo na Arena Corinthians, neste domingo. Não dá para dizer que a equipe alvinegra não tenha começado bem essa história em sua nova casa. Com a vaga no G4 a perigo, ela recebeu o tricolor paulista com a esperança de entrar na briga pelo título, esteve atrás por duas vezes, mas virou para 3 a 2 no fim em clássico com arbitragem polêmica.
Souza abriu o placar em cobrança de falta de Kaká e falha de Danilo ao tentar aliviar aos 5 minutos do primeiro tempo. O empate corintiano veio em toque com a mão de Antônio Carlos dentro da área e pênalti batido por Fábio Santos aos 35. Não deu nem tempo de comemorar: aos 44, Edson Silva fugiu da marcação de Danilo e surgiu sozinho em cruzamento para fechar a conta.
Na volta do intervalo, aos 20, Guerrero foi derrubado na área por Alvaro Pereira, expulso, e Fábio Santos deixou tudo igual mais uma vez. A virada impressionante veio aos 28, em tabela entre Guerrero e Danilo que o atacante mandou para as redes.
Mesmo com o desfalque de Alexandre Pato, responsável por sete gols nas últimas dez partidas e que não pôde atuar por questão contratual, havia grande expectativa em torno do desempenho são-paulino sem o seu quarteto completo.
Ele não chegou a decepcionar.
Na ausência do atacante, o São Paulo preferiu aguardar o Corinthians em seu campo e apostou no contra-ataque quase sempre pelo lado esquerdo, com as descidas de Alvaro Pereira e o apoio de Kaká e Alan Kardec.
Os donos da casa, ainda assim, começaram melhor, mas esbarrando no mesmo problema das últimas rodadas, com dificuldade para assumir o controle da partida. Elias, fora com uma amigdalite, fazia falta na armação, restrita às subidas de Bruno Henrique. Danilo e Renato Augusto praticamente não apareciam.
Como reflexo disso, o São Paulo roubava a bola com facilidade. Nas estatísticas, a equipe chegou a liderar por 15 a 1 no quesito.
O primeiro gol com Souza veio em cobrança de Kaká para a área, bate-rebate na defesa corintiana que Danilo não conseguiu aliviar e sobra para o volante, sozinho, deslocar Cássio abrindo o placar aos 5 minutos.
A pressão era toda corintiana e a defesa tricolor ainda perdeu Rafael Tóloi, que sentiu uma fisgada, para a entrada de Antônio Carlos. E o ex-botafoguense acabou se envolvendo no lance que originou o empate alvinegro aos 35, em entrada de Malcom em lançamento e defesa parcial de Dênis que voltou no braço do zagueiro. O árbitro Luiz Flávio de Oliveira não teve dúvida e marcou pênalti batido pelo lateral-esquerdo Fábio Santos no meio do gol.
Antes da ida para o intervalo, em nova cobrança de falta, Danilo vacilou de novo, não acompanhou Edson Silva e deixou o beque livre para recolocar o São Paulo à frente aos 44.
A pressão do Corinthians, enfim, se materializou em ameaça verdadeira na volta dos vestiários, com o crescimento de Malcom e Guerrero dentro da partida. O peruano foi derrubado dentro da área por Alvaro Pereira em lance duvidoso – o lateral tocou antes na bola – e Fábio Santos empatou mais uma vez na cobrança do pênalti. O time tricolor protestou bastante contra a marcação e a expulsão de Pereira.
Com nova atitude na etapa final, a equipe alvinegra chegou à vitória aos 28 minutos, em combinação entre Guerrero e Danilo na entrada da área que deixou o atacante solto para tocar com calma no canto de Dênis.
A principal ausência na partida foi a do titular Rogério Ceni, que, com aposentadoria prevista para o fim do ano, tinha a expectativa de disputar o seu último clássico Majestoso. Ele foi barrado na manhã deste domingo após se submeter a tratamento intensivo contra um tendinite no joelho esquerdo.
O clássico teve um público pagante de 34.688 pessoas para uma renda de R$ 2.405.968 milhões.
Antes do apito inicial, foram registradas provocações homofóbicas da torcida do São Paulo para os corintianos. A Polícia Militar não permitia a entrada dos visitantes com roupas que faziam alusão aos insultos. Dentro do estádio, os torcedores alvinegros contrariam o pedido da diretoria e gritaram “bicha” a cada tiro de meta cobrado por Dênis.
Com o resultado, o Corinthians se recuperou do empate em 1 a 1 com a Chapecoense, em casa, chegou aos 40 pontos, na quarta colocação, e diminuiu para dois a diferença para o vice-líder Sâo Paulo, 42. A distância do time tricolor para o primeiro colocado Cruzeiro segue em sete pontos após a derrota dos concorrentes para o Atlético-MG, também neste domingo.
FICHA TÉCNICA
CORINTHIANS 3 X 2 SÃO PAULO
Local: Estádio de Itaquera, em São Paulo (SP)
Data: 21 de setembro de 2014 (domingo)
Horário: 16h (de Brasília)
Árbitro: Luiz Flávio de Oliveira (SP)
Assistentes: Marcelo Carvalho Van Gasse (SP) e Rogerio Pablos Zanardo (SP)
Público: 34.688 pagantes
Renda: R$ 2.405.986,50
Cartões amarelos: Bruno Henrique, Guerrero (Corinthians); Álvaro Pereira, Edson Silva, Ganso (São Paulo)
Cartões vermelhos: Fábio Santos (Corinthians); Álvaro Pereira (São Paulo)
Gols: CORINTHIANS: Fábio Santos (pênalti), aos 35 minutos do primeiro tempo e aos 20 minutos do segundo tempo; Guerrero, aos 29 minutos do segundo tempo
SÃO PAULO: Souza, aos cinco, e Edson Silva, aos 45 minutos do primeiro tempo
CORINTHIANS: Cássio; Fagner, Gil, Anderson Martins e Fábio Santos; Ralf, Bruno Henrique e Danilo (Uendel); Renato Augusto, Malcom (Luciano) e Guerrero (Romero)
Técnico: Mano Menezes
SÃO PAULO: Denis; Auro, Rafael Toloi (Antônio Carlos), Edson Silva e Álvaro Pereira; Denilson (Osvaldo), Souza e Kaká; Ganso, Alan Kardec e Luis Fabiano (Michel Bastos)
Técnico: Muricy Ramalho