Eder diz que juristas não conhecem o mercado financeiro

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Welington Sabino/ GD


Nesta terça-feira (14), o ex-secretário de Fazenda Eder Moraes (PMDB) retorna à 5ª Vara Federal, em Cuiabá, para ser ser interrogado pela quarta vez em um dos 4 processos da Operação Ararath. Convicto de que ao final vai provar sua inocência, o peemedebista não perde a chance de tecer alguma crítica e na última sexta-feira (10) alegou que os membros da Justiça Federal, não entendem nada sobre o funcionamento do mercado financeiro. À ocasião, Eder seria ouvido no 2º processo desmembrado da 1ª ação penal, mas o interrogatório foi redesignado pelo juiz do caso, Jeferson Schneider.

Apontado como principal operador de um esquema de lavagem de dinheiro e crimes contra o sistema financeiro que pode ter movimentado pelo menos R$ 500 milhões, Eder nega todas as acusações. “Isso que é importante dizer agora, é difícil. A gente tem que debater muitas das vezes com quem não conhece da matéria. Às vezes são especialistas jurídicos, mas não são contábeis, não conhecem o mercado financeiro, então às vezes nós temos dificuldade em mostrar isso com muita clareza, mas dentro daquilo que a gente vem mostrando, os advogados vêm trabalhando com muita consistência e parcimônia, vamos chegar um bom termo a tudo isso”, destacou.

Somente no primeiro processo, onde 3 pessoas figuram no polo passivo, Eder Moraes foi ouvido por mais de 20 horas durante 3 dias no mês de agosto. Na ação, já foram concluídas todas as fases de oitivas das testemunhas e depoimentos dos réus. Mesmo assim, o advogado de Eder ingressou na semana passada com um novo pedido ao juiz do caso para que Eder Moraes seja novamente interrogado. O pedido, após receber o parecer do MPF será analisado pelo magistrado que poderá acatar ou negar.

A estratégia da defesa é tentar anular as declarações do empresário Gércio Marcelino Mendonça Júnior, o Júnior Mendonça, delator do esquema que revelou ao Ministério Público Federal nomes dos envolvidos e contou detalhes do funcionamento de todo o esquema de lavagem de dinheiro e crimes contra o sistema financeiro investigado na Operação Ararath. Para isso, a defesa arrolou como testemunhas o advogado Kleber Tocantins e o arquiteto Abel Oliveira que foram ouvidos na semana passada.

Abel, que prestou serviços a Eder elaborando o projeto da casa onde ele reside no Condomínio Florais, ao ser ouvido pelo juiz negou qualquer relação pessoal ou de amizade com Moraes ressaltando que foi uma relação profissional que consistiu na elaboraão do projeto e na execução da obra. Kleber Tocantins é advogado de um escritório suspeito de ter participado do esquema de lavagem de dinheiro e negou qualquer relação com Éder Moraes. Afirmou em juízo que sequer conhecia Eder pessoalmente.

O advogado de Éder, Ronan de Oliveira, confirmou que arrolou as 2 testemunhas para depor com objetivo de contestar as informações de Júnior Mendonça, na tentativa de anular o termo de delação premiada. Sobre o pedido para Eder ser reinterrogado, disse que é um direito do seu cliente. “Nós podemos e temos isto com base na legislação penal de ser facultativo, solicitar e o magistrado se convencer ou não dessa solicitação nossa. Portanto, nós podemos sim pedir um requerimento de que o Eder possa prestar um novo depoimento com os devidos esclarecimentos daqueles pontos que ficaram obscuros”, destacou.

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