A cada mês, quase 30 moradores se mudaram de Itaúba e Novo São Joaquim, a 599 e 493 km de Cuiabá, entre 2000 e 2013. E essa queda colocou os dois municípios mato-grossenses na lista das 10 cidades brasileiras que mais encolheram nos últimos 13 anos. Além destas que tiveram queda considerável, outras 36 apresentaram redução no número de habitantes em Mato Grosso, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De 2000 para cá, mais da metade dos moradores de Itaúba deixaram a cidade. No início da última década, tinha 8.565 habitantes e em 2013 esse número caiu para 4.238. A redução se deve, principalmente, a dois fatores: emancipação da vizinha Nova Santa Helena, a 622 km da capital, e o aumento no rigor da fiscalização da extração de madeira, na avaliação do prefeito da cidade, Raimundo Zanon (PSD).
Com o fechamento de várias madeireiras, o município aposta hoje no desenvolvimento sustentável. Itaúba ganhou o título de ‘Capital Estadual da Castanha Brasileira’ por meio de uma lei sancionada há cinco anos na gestão do então governador Blairo Maggi (PR). A coleta de castanha começou a ser feita em 2009.
Em Novo São Joaquim, também houve queda de quase 50% na população. A cidade tinha 9.464 moradores há 13 anos e, atualmente, 5.611. O prefeito Leonardo Farias Zampa (PR) atribui a redução à mudança de pequenos rurais para outras cidades. “Muitas famílias que viviam na zona rural venderam suas propriedades e foram embora”, afirmou. Porém, ele avalia que a economia do município permanece estável.
Ele citou, inclusive, que houve crescimento na zona urbana. “Foram construídas várias casas populares e outras residências pelos próprios moradores. E, mesmo assim, é difícil encontrar casas para alugar na cidade”, argumentou. A base da economia da cidade, emancipada em 1986, é a agricultura e a pecuária.
Para o prefeito, aparentemente, o levantamento não condiz com a realidade e, na análise dele, é possível que os dados divulgados em 2000 tivesse contabilizado moradores ‘flutuantes’, como ele denomina, que passam um tempo na região durante o período de plantio e colheita de grãos. “Muitas pessoas vêm para cá de outros estados para trabalhar e quando termina a safra vão embora”, pontuou.
Entre as cidades que encolheram nos últimos anos também estão Poxoréu, Juscimeira, Dom Aquino, Nossa Senhora de Livramento, Porto Estrela, Barão de Melgaço, Acorizal, Santo Afonso, Nortelândia, Torixoréu, Araguainha, Jauru e Terra Nova do Norte. Destas, Porto Estrela é uma das que mais teve redução no número de habitantes. A cidade criada em 1991 teve queda de 28,7% na população. Há 13 anos tinha 4.707 moradores e, atualmente, possui 3.354. A agricultura também é a maior responsável pela movimentação econômica da região.
A exemplo de Porto Estrela, Araguainha, menor cidade de Mato Grosso em número de habitantes, diminuiu nos últimos anos. Mais de 24% das pessoas que viviam na região no ano 2000 se mudaram até 2013, segundo dados do IBGE. Atualmente, a cidade tem 1.024 moradores.
Fonte: G1/MT