Dos 11 parlamentares da bancada federal mato-grossense que tomam posse em 1º de fevereiro, quatro já exerceram mandato de governador e já tiveram ou vão estar na cadeira de senador. Júlio Campos comandou o Estado de 83 a 86. Carlos Bezerra o sucedeu (87/90). Depois veio Jayme Campos (91/94) e, por fim, Blairo Maggi, que foi chefe do Executivo por 7 anos (2003/2010). Os quatro juntos somam praticamente 20 anos na condução de um Estado que, apesar dos avanços na área de infraestrutura, enfrenta problemas sérios em setores como saneamento, saúde, educação e meio ambiente.
Bezerra e os irmãos Campos são considerados caciques políticos. Mandaram e "desmandaram" no Estado. Embora sejam classificados como "ultrapassados" no jeito de conduzir a coisa pública e sob imagens desgastadas, eles têm êxito nas urnas. Bezerra e Júlio, por exemplo, começaram na vida pública nos anos 70 e garantiram, nas eleições deste ano, cadeira na Câmara pela terceira vez. Juntos, têm 133 anos de idade e 72 anos na atividade política. Júlio Campos é cria da extinta Arena, PDS e PFL (hoje DEM). Completou 64 anos no último dia 11. Começou na vida pública como prefeito várzea-grandense. Administrou o município de 73 a 77. Depois, foi deputado federal por duas vezes (79/83 e 87/91), governador (83/86) e senador (91/99) e agora vai voltar à Câmara Federal. Carlos Bezerra, do velho MDB (hoje PMDB), chegou aos 69 em 4 de novembro. Já foi prefeito de Rondonópolis, para cuja cargo foi eleito três vezes, deputado estadual, governador, senador e deputado federal.
Jayme Campos é outro político tradicional. Continua na cadeira de senador até 2014. Além de governador, foi também prefeito de Várzea Grande. Blairo Maggi começou em 98 como suplente do senador Jonas Pinheiro (já falecido), garantiu duas eleições para governador e, daqui a 2 meses, passa a viver a experiência na vida pública como senador.
Todos os 8 federais e os 3 senadores que representam Mato Grosso no Congresso Nacional exerceram outros mandatos. Os federais são Wellington Fagundes e Homero Pereira (ambos do PR), Bezerra, Júlio, Valtenir Pereira (PSB), os progressistas Eliene Lima e Pedro Henry, que vai se licenciar para assumir a Saúde do Estado, abrindo vaga para Roberto Dorner, Ságuas Moraes (PT). No Senado, Maggi se junta ao também estreante Pedro Taques (PDT) e ao democrata Jayme.