O empresário João Dorileo Leal, proprietário do Grupo Gazeta de Comunicação, já foi citado pela Justiça para responder ao processo por danos morais movido pelo empresário Ueze Elias Zahran, dono da TV Centro América, afiliada à Rede Globo, que pede indenização no valor de R$ 500 mil.
A ação foi ajuizada na comarca de Cuiabá e distribuída ao juiz Juvenal Pereira da Silva, da 13ª Vara Cível da Capital. Depois de citar Dorileo, o juiz deverá marcar a primeira audiência de instrução para ouvir o acusado, que também deve protocolar defesa prévia.
Zahran alega que se sentiu atingido por publicações feitas pelo jornal A Gazeta e pela TV Record (canal 10), sugerindo que a empresa de Zahran trabalharia para que a FIFA escolhe Campo Grande como subsede da Copa do Mundo de 2014 e não Cuiabá.
O dono da TVCA alega que ele e seu grupo de comunicação foram vítimas de uma campanha difamatória promovida pelo Grupo Gazeta.
Por sua vez, o empresário João Dorileo Leal alega que em momento nenhum sua empresa trabalhou contra Cuiabá e sim a favor. Dorileo garantiu que, enquanto empresa regional, fez questão de levantar a bandeira de Cuiabá para que a cidade fosse escolhida para sediar os jogos.
Reportagens negativas
"O Grupo Gazeta em nenhum momento se omitiu diante da importância de Cuiabá sediar o Mundial", comentou o empresário, ao destacar ter disponibilizado espaço em todos os seus veículos de comunicação em defesa da Capital e de ter se manifestado pessoalmente sobre o assunto.
"Vivemos num Estado democrático, onde a liberdade de expressão é regra do jornalismo. Não sei se marcar uma posição de forma transparente é um ato lesivo a um outro grupo de empresas com opinião divergente", argumentou.
Sobre a acusação de ter movido uma campanha difamatória, o empresário sustentou que seu grupo de comunicação apenas noticiou o fato da TVCA ter explorado a capital mato-grossense com reportagens negativas bem na época que a FIFA escolheria a cidade-sede do pantanal. Para ele, Zahran não pode menosprezar a inteligência da população.
"Era voz corrente de que o noticiário da Rede Globo de Cuiabá fez com que somente os fatos negativos do Estado aparecessem em nível nacional. Mas agora, nas mãos da Justiça e com o discernimento dos magistrados, tudo será esclarecido", afirmou.
Além da pendenga envolvendo especificamente o episódio, a disputa também reflete a briga empresarial entre as duas maiores audiências de Mato Grosso.
