Disputa entre irmão vilão e mocinho invade novelas

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Renato Rocha Miranda/GloboRenato Rocha Miranda/Globo

Em Insensato Coração, o bom moço Pedro é companheiro do irmão cajeste Léo



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Em Insensato Coração (Globo), os irmãos Léo (Gabriel Braga Nunes) e Pedro ( Eriberto Leão) são completamente diferentes. Pedro é batalhador, bom caráter e preocupado com a família. Já o irmão não tem escrúpulos, é folgado, roubou a empresa do pai e armou para Norma (Glória Pires) ser acusada de roubo e assassinato.

 

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Na temporada atual de Malhação (Globo) acontece situação parecida: a doce Catarina sofre nas mãos da perversa meio-irmã Raquel (Ariela Massoti), que deseja destruir a vida da pobre, tudo por inveja.

Os recentes casos nas telenovelas de irmãos bons e maus mostram que o público gosta dessa dualidade. Para Claudino Meyer, pesquisador de teledramaturgia da USP (Universidade de São Paulo), há uma tendência, um modismo, na dramaturgia atual de existir esse maniqueísmo entre irmãos.

– O público se identifica com os conflitos envolvendo entes familiares, já que a família é a base de tudo. 

O estudioso acredita que o espectador tem um pouco de Léo e de Pedro, personagens de Insensato Coração.

– Quem nunca foi cruel com o irmão ou um familiar? Essas situações refletem o nosso cotidiano normal, razão que faz o público apoiar essas tramas.

A psicóloga Maria Célia Duarte Guilhermo tem opinião similar.

– O conflito entre irmãos é uma temática antiga, como é o caso da história bíblica de Caim e Abel. Não existe nada na Psicologia que comprove essa dualidade, mas as novelas adoram usá-la, pois o público sente uma identificação imediata com personagens assim.

Em Malhação, Raquel e Léo não têm uma boa relação com seus pais, e creem ser menosprezadas por eles. Para a psicóloga, não existe essa história dos pais gostarem mais de um filho do que de outro.

– Eles podem se identificar mais com um rebento, ou muitas vezes alguns filhos não dão abertura para maior envolvimento com os pais, mas isso não influencia no amor que eles sentem pelos filhos. 

Na história da teledramaturgia brasileira, não faltam exemplos de rivalidade entre irmãos. O caso mais famoso é o de Mulheres de Areia. Exibida em 1973 pela extinta TV Tupi e regravada pela Globo em 1993, conta a história de Ruth (boa) e Raquel (má), irmãs gêmeas interpretadas na segunda versão por Glória Pires.

Alessandra Negrini também interpretou irmãs gêmeas com personalidades opostas em Paraíso Tropical (Globo), de 2007.

Em Senhora do Destino (Globo) a “ovelha negra” da família era Reginaldo ( Eduardo Moscovis). O corrupto era filho da batalhadora Maria do Carmo e irmão dos bonzinhos Viriato (Marcelo Antony), Leandro (Leonardo Vieira), Plínio (Dado Dolabella) e Isabel (Carolina Dieckmann).

Até as crianças não fogem dessa “maldição” das telenovelas. Em Da Cor do Pecado (Globo), Raí (Sérgio Malheiros) era sorridente, educado e atencioso. Em compensação, Otávio, influenciado pela megera Bárbara (Giovanna Antonelli), era grosso e mimado.

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