Itanhangá e Tapurah têm maior assentamento, onde há conflito
“Fomos pegos de surpresa, mas temos segurança que atuamos dentro da mais absoluta legalidade. A Fiagril defende a investigação para que tudo seja esclarecido o mais rápido possível”, disse o executivo, em entrevista ao Rdnews, na sede do Grupo, na área central de Lucas do Rio Verde.
Jaime Binsfeld acredita que a Operação Terra Prometida cometeu equívoco ao vincular o financiamento da safra com a comercialização de lotes no assentamento. Conforme o diretor-presidente da Fiagril, a falta de regularização fundiária dificulta o acesso dos assentados ao crédito rural e a situação é contornada com o fornecimento de sementes, fertilizantes e defensivos com contrato chamado Crédito Penho de Safra, que é quitado pelos beneficiários somente após a colheita da soja ou do milho. “As transações são legais e contribuem para o desenvolvimento da agricultura. Sem as sementes e insumos, a atividade acabaria inviabilizada. A Fiagril e o Marino Franz não possuem terras em assentamentos, nunca comercializaram lotes da reforma agrária nem exigiram as áreas como garantia em qualquer negociação”, completou.
Gilberto Leite/Rdnews
Fachada da Fiagril, em Lucas do Rio Verde; empresa tem atuação no ramo do agronegócio desde 87
De acordo com Jaime Binsfeld, também não existe nenhuma ilegalidade na aquisição da área de 7,5 hectares onde funciona a unidade da Fiagril em Itanhangá. A transação que tem origem na década de 1990 está sendo investigada pela Operação Terra Prometida porque o terreno é originado de lote da reforma agrária. Neste caso, o executivo explica que no início da ocupação do assentamento PA, a porção de terra foi cedida pelo beneficiário à multinacional Bunge Alimentos para construção do armazém de grãos instalado no local com autorização do Incra e, em 2011, a multinacional decidiu vender a área para a Fiagril, que à época não encontrou impedimento legal para compra.
Além disso, Jaime Binsfeld lembra que em 2013 o Incra apresentou um termo de doação da área utilizada pela Fiagril para o município de Itanhangá. O impasse foi resolvido pela prefeitura através do processo licitatório realizado em dezembro de 2013 para venda do terreno. A empresa foi a única que se habilitou a participar do certame e pagou R$ 500 mil, valor que foi repassado em fevereiro deste ano. “Para evitar qualquer complicação, pagamos duas vezes pelo lote. Itanhangá não saiu prejudicada. Ao contrário, utilizou o dinheiro para adquirir caminhão do lixo, micro-ônibus para transportar pacientes e ainda investir na educação infantil”, destaca o diretor-presidente.
Gilberto Leite
Armazém da Fiagril em Itanhangá; compra da área acabou levando à prisão empresário Marino Franz
Após a deflagração da Operação Terra Prometida, Jaime Binsfeld afirma que a Fiagril recebeu solidariedade de parceiros, clientes e da sociedade que acreditam na idoneidade da empresa e do fundador Marino Franz. Para o diretor-presidente, as manifestações demonstraram a credibilidade da Fiagril que atua no campo fomentando o agronegócio e apoiando os pequenos e médios produtores. “Contribuimos com o desenvolvimento da agricultura no Brasil. Por isso, somos reconhecidos pelo trabalho sério e de acordo com a legislação”.
Retorno à Fiagril
O diretor-presidente da Fiagril também disse que a soltura de Marino Franz começa a desfazer o equívoco cometido pela Operação Terra Prometida. Jaime Binsfeld ainda relatou que o empresário chegou em Lucas do Rio Verde por volta das 12 horas de sexta (5) e decidiu passar o final de semana com os familiares para retomar as atividades já na segunda (8). “Agora é trabalhar para provar a inocência e seguir tocando os negócios”, ponderou.
Fundada em 1987, a Fiagril tem sede em Lucas do Rio Verde e atua na compra de grãos (soja e milho) e na comercialização de insumos (sementes, fertilizantes e defensivos). Com mais de 600 funcionários, a empresa mantém unidades em Lucas do Rio Verde, Sorriso, Sinop, Feliz Natal, Tabaporã, Ipiranga do Norte e Itanhangá. Em Tocantins, atua em Silvanópolis e Porto Nacional.cques Gosch e Tarso Nunes
Enviados Especiais a Itanhangá e Lucas do Rio Verde