Diógenes Curado é o quinto secretário estadual a enfrentar uma greve neste ano. Responsável pela pasta de Segurança Pública, uma das mais complexas e criticadas, ele está preocupado com os reflexos da paralisação dos investigadores e escrivães da Polícia Civil. Nos 141 municípios, apenas 30% dos profissionais estão trabalhando nas delegacias e nos Centros Integrados de Segurança e Cidadania (Cisc). A situação é mais delicada do que as greves na Educação, Meio Ambiente, Empaer e Detran, porque está em jogo algo essencial: a segurança da população.
A greve foi deflagrada em 1º deste mês e compromete a prestação dos serviços, já deficitários. A categoria, representada pelo Sindicato dos Investigadores da Polícia Civil e Agentes Prisionais de Mato Grosso (Siagespoc), cobra um maior diálogo com o governo, principalmente para que os mato-grossenses não sejam prejudicados.
Hoje os únicos trabalhos mantidos em 100% são das prisões em flagrante, retirada de corpos de vias públicas e residências, bem como a transferência de presos. A categoria busca um salário de inicial de R$ 5,5 mil. Hoje recebe R$ 2,3 mil.
Desde o início do ano, uma onda de crises paira sobre o Paiaguás, o que prejudica a estabilidade do governo Silval Barbosa (PMDB). Até agora, apenas a paralisação dos servidores da Empaer terminou após os funcionários aceitarem a proposta da administração estadual. Já os professores e os funcionários da Sema se vêem pressionados a retomar as atividades devido a decisões judiciais.
No caso do Detran, todos os processos continuam paralisados, impedindo, por exemplo, que pessoas tirem CNH e regularizem o pagamento de impostos. No caso dos policiais, a tendência é que o poder da “toga” também seja utilizado para que o movimento cesse. O Tribunal de Justiça já determinou o retorno os servidores da Educação e da Sema, o que evita o desgaste de Silval e da cúpula do Paiaguás.