Nesta quarta-feira (6), Bruno Fernandes deve se sentar à frente da juíza Marixa Rodrigues para dar sua versão sobre o desaparecimento de Eliza Samudio. A confissão de culpa, já cogitada pelos advogados do ex-goleiro, é o momento mais aguardado desde o início das investigações, há quase três anos. O júri, que duraria até sexta-feira (8), deve ser antecipado por conta da dispensa de todas as testemuhas de defesa.
O defensor do goleiroTiago Lenoir, que defende o goleiro, explica a estratégia.
— Dispensamos as testemunhas porque elas foram arroladas pelo antigo defensor, não seriam relevantes para a gente e a dispensa não nos prejudica. Quem tem que provar algo é a acusação, não a defesa. Só fazíamos questão do Jorge, que não veio porque não estava na comarca.
Para ele, “não é comum” um réu ter todas as testemunhas dispensadas. Seu colega de causa, Lúcio Adolfo , discorda.
— Já vi muito julgamento com réu sem testemunhas, pode acontecer.
Henry Vasconcelos, representante do Ministério Público, acredita que a defesa queira evitar contato dos jurados com provas contundentes.
— Dispensaram porque convém. Eles desejam um menor envolvimento do jurado com as provas .
Segundo o promotor, a mesma estratégia afastou Jorge Luiz Rosa do tribunal.
— Jorge viria se fosse interessante para a defesa, como foi interessante dar entrevista para a TV sendo orientado. Mas a defesa viu o prejuízo na exposição do ex-adolescente.
No primeiro dia, uma testemunha de acusação, foi interrogada por cinco horas. A sessão do Tribunal do Júri começa hoje com as oitivas de mais três testemunhas e a leitura do depoimento de uma quarta por meio de carta precatória.