O advogado Hélio Passadori, que defende o suspeito Ueber Carvalho, alega convicto que seu cliente é inocente. Ueber é advogado e está preso há 10 dias sob suspeita de abusar de sua filha, hoje com 14 anos, durante 5 anos. Nesta sexta-feira (8) ele prestou depoimento na Deddica.
“A alegação é totalmente infundada, não é verdadeira. É uma fantasia criada possivelmente pela mãe da menor. A menina talvez não tenha capacidade de criar isso aí, mas devido à criação que teve com a mãe chegou a esse fim”, afirma Passadori.
Cliente e advogado são amigos há 23 anos, e Passadori afirma que o relacionamento com a ex-mulher era tumultuado desde o começo. “A mãe da menor sempre quis complicar a vida do meu cliente e amigo particular”, complementa.
As investigações correm em segredo de justiça. Desenhos obtidos pelo site Olhar Direto e atribuídos à vítima demonstram que a menina pedia socorro.
Passadori ainda diz que os desenhos não têm relação com o caso. “Isso não tem nada a ver com o meu cliente. O desenho é da vida psíquica da menina, da relação dela com a menina. Não tem nem menção ao pai”, justifica o advogado de defesa.
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A psicóloga Daniela Mendes Piloni afirma que “o estupro é uma ferida que nunca cicatriza”. “O progenitor é, na teoria, alguém que deveria proteger, dar segurança. Quando acontece violência como essa, há uma quebra no psicológico da criança”, explica.
“A vítima passa a sentir culpa. A mensagem de ‘é errado, mas pode’ confunde a cabeça dela. Acaba se tornando uma pessoa confusa, insegura, que tem problemas com a sexualidade”, explica a outra psicóloga Sheila Araújo.
Hoje, a menina tem 14 anos de idade. “Quanto mais tempo acontece o abuso, pior as consequências. E quando acontece no seio familiar, nessas circunstâncias, é muito mais danoso para a saúde física e mental, do que algo pontual”, complementa Sheila.
Entenda o caso
O advogado Ueber Carvalho, de 46 anos foi preso no dia 29 de junho, suspeito de ter abusado da própria filha.
A mãe da menina procurou a polícia e fez a queixa, depois que a filha disse que “queria ter relação homossexual porque tinha aversão a homens”.
A mãe encontrou todos os relatos no diário da adolescente e em conversas pelo aplicativo whatsapp. Onde ela contava que o pai sempre acariciava nádega e as partes íntimas.
Os pais são separados há mais de dez anos e o abuso começou quando a menina tinha 9 anos de idade. Os crimes aconteciam sempre aos fins de semana, quando a adolescente ia para a casa do pai.