Descoberto gene que torna pacientes resistentes ao tratamento do câncer

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Foto: Brigham Young University
Professor David Bearss em seu laboratório no campus da BYU
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Professor David Bearss em seu laboratório no campus da BYU

 

Pesquisadores das universidades de Iowa e de Brigham Young, nos EUA, localizaram um gene que faz com que pacientes com câncer desenvolvam resistência à terapia medicamentosa.

A descoberta é um primeiro passo na criação de tratamentos terapêuticos novos e eficazes para pessoas que sofrem de cânceres agressivos, como o mieloma múltiplo, que respondem mal ao tratamento.

"Não há várias opções para pacientes com câncer e doenças como o mieloma. Mieloma não é apenas um câncer extremamente doloroso, mas também é uma doença que é resistente ao tratamento", afirma o coautor David Bearss.

O mieloma múltiplo é um câncer das células do plasma que existe exclusivamente no osso. Ao longo do tempo, as células cancerosas assumem a medula óssea e destroem sua função. Isso resulta em grandes problemas de saúde, incluindo a incapacidade do sistema imune, a perda da função renal, queda na contagem dos glóbulos vermelhos e a formação de furos nos ossos. Estes furos levar a fraturas dolorosas em todo o corpo, desde o crânio até os quadris e a coluna vertebral.

Para piorar a dor dos pacientes, as células de mieloma rapidamente se tornam resistentes à quimioterapia e outras drogas, resultando em uma baixa expectativa de vida após o diagnóstico.

Ao longo dos últimos anos, Bearss e seus colegas têm tentado descobrir como a doença desenvolve resistência aos medicamentos.

Eles, então, realizaram uma análise genômica das células biopsiadas de 19 pacientes com mieloma, tiradas de diferentes fases do desenvolvimento do câncer. Eles queriam ver o que estava acontecendo no nível genético conforme a doença progredia.

Eles descobriram que os pacientes com as formas mais agressivas de mieloma, e os pacientes com as piores respostas ao tratamento foram aqueles que tiveram uma alta expressão do gene Nek2. Esta constatação levou a equipe a começar a ir atrás do gene no laboratório para ver o que iria acontecer.

"Silenciar Nek2 em células de câncer diminuiu a resistência a drogas, induziu o ciclo celular, morte celular e inibiu o crescimento do câncer em células in vitro e in vivo", afirma o pesquisador Fenghuang (Frank) Zhan.

Segundo Bearss, eles foram capazes de mostrar que a inibição de Nek2 pode realmente restaurar a sensibilidade aos medicamentos usados nos tratamentos convencionais.

Os resultados da pesquisa indicam também que Nek2 pode ser usado em testes de diagnóstico.

"Descobrimos que este gene não é apenas um preditor de resposta terapêutica ruim no mieloma, mas é um preditor para má resposta em outros tipos de câncer, como câncer de mama, pulmão e outros tipos de tumores grandes. Uma descoberta importante deste estudo é que poderíamos usar Nek2 para o rastreio precoce de pacientes", afirma Bearss.

Bearss e seus colegas estão trabalhando agora para o desenvolvimento de medicamentos que visam especificamente Nek2. Sua esperança é desenvolver um composto que seja minimamente tóxico para as células normais enquanto tem uma alta seletividade para as células cancerosas.

 

Brigham Young
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