Os oito parlamentares da bancada federal de Mato Grosso votaram a favor da aprovação do Código Florestal. São considerados integrantes da bancada ruralista Homero Pereira (PR), Neri Geller e Roberto Dorner, ambos do PP.
Também mantém estreitas relações com o agronegócio, principal atividade econômica do Estado, os deputados Wellington Fagundes (PR), Carlos Bezerra (PMDB) e Júlio Campos (DEM). Todos são favoráveis a emenda 164 que prevê anistia para quem desmatou em áreas de preservação permanente até 2008 cujas terras deverão ser usadas para produção agrícola
Mesmo com parte do relatório formulado pelo deputado federal Aldo Rabelo (PC do B-SP) contrariar interesses do Palácio do Planalto, o único deputado federal pelo PT de Mato Grosso, Ságuas Moraes, votou a favor da aprovação do projeto.
Um dos pontos mais polêmicos do texto referente ao Código Florestal aprovado pela Câmara dos Deputados por 273 votos contra 182 é a emenda 164 defendida pelo PMDB e PR, partidos que mesmo pertencendo a base aliada da presidente Dilma Rousseff contrariaram interesses do Palácio do Planalto.
A proposta consolida todas as áreas de produção existentes no país em áreas de preservação permanente (APPs). De acordo com a emenda, áreas de proteção já desmatadas devem permanecer como estão, sem a necessidade de reflorestamento. O governo é contra essa proposta.
O único parlamentar de Mato Grosso a contestar essa proposta foi o deputado Valtenir Pereira (PSB). "Votei pelo reflorestamento e recomposição das Áreas de Preservação Permanentes que foram desmatadas. Infelizmente essa proposta foi derrotada", lamentou. "Aqueles que desmataram beira de rios, pé de serra e morros foram anistiados", comparou.
O deputado acredita que a mudança na ocupação das APPs trará danos para o ambiente e problemas para a população atualmente que mora em áreas de risco.
"Por isso, temos aí casos de desastres, desabamentos como do Rio de Janeiro ou mesmo em Cuiabá, porque a ocupação das APPs tira a vegetação das encostas, beiras de rios e fica só terra. Depois vem a chuva e leva tudo que está pela frente. O resultado é esse tipo de tragédia que temos visto".