A proposta da deputada Luciane Bezerra (PSB) para adicionar o bônus de 10% na nota final no vestibular da Unemat aos alunos de escolas públicas de Mato Grosso tem critérios criticados pelo Conselho de Educação. Mesmo observando que a atitude da deputada é plausível pela tentativa de criar políticas públicas para facilitar o ingresso desses alunos no ensino superior, há algumas exigências no projeto que precisam ser revistas.
Segundo o presidente do Conselho, professor Aguinaldo Garrido, impor a nota 7 como mínima e submeter o aluno à boa avaliação de sua escola no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) é uma forma de exclusão e preconceito. Pelo projeto, o aluno deveria tirar nota maior que 7 e ter bom comportamento. No entanto, existem instituições que não avaliam mais atribuindo notas em números. Além disso, o conceito de comportamento pode ser um empecilho para que alunos questionadores, inquietos e que participem de grêmios sejam punidos.
“O resultado do Ideb é um problema de administração e que envolve recursos do governo, estrutura física e condições de moradia, pois o aluno tem que se submeter a estudar na escola mais perto de casa. Todas são questões que não devem ser um mecanismo de punição ao estudante” analisa Garrido.
Luciane levou em conta as críticas do Conselho e de outras instituições, como UFMT, Unemat e Seduc. A deputada disse que vai fazer o possível para que até o ano que vem a proposta esteja sancionada e beneficiando os estudantes da rede pública.
