O delegado Rogers Elizandro Jarbas, que atua na Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz), assume o comando do Detran com a missão de promover auditoria em todos os contratos. Além disso, promete analisar os procedimentos adotados pela diretoria nos últimos anos. “Não adianta somente mecanismos de controle. É necessária a fiscalização humana. Precisamos de bons profissionais e todas as ações serão fiscalizadas”, declara.
No último período, diversos contratos do Detran foram questionados. Um deles, firmado com o Consórcio Prova Prática, previa a contratação por 15 anos, podendo ser prorrogado por mais 15, pelo valor inicial de R$ 71,1 milhões por ano. O contrato ainda prevê que da taxa de R$ 105 que seria cobrada dos postulantes da primeira CNH, 95% do valor seria destinado ao Consórcio Prova Prática. Entretanto, o pregão acabou suspenso após intervenção da Assembleia.
Além disso, a direção do Detran dispensou a cooperação de policiais militares aposentados na segurança patrimonial para contratar, com dispensa de licitação, a empresa MJB. O valor dispensado R$ foi 3,5 milhões. Em novembro de 2013, o ex-presidente do Detran Gian Castrillon, afilhado político do deputado estadual Mauro Savi (PR), deixou o cargo após ser alvo da Operação Ararath. Na residência dele, policiais federais encontraram R$ 150 mil em espécie e sem comprovação de origem.
Quando foi exonerado pelo governador Silval Barbosa (PMDB), Castrillon já enfrentava desgaste devido às greves dos servidores. O substituto Eugenio Destri permanece no cargo até o final do Governo.
Rogers também ressalta que dados da Defaz sobre crimes e procedimentos do Detran serão utilizados para otimizar a gestão da autarquia. “Nisso vamos atuar de imediato. Empresas serão reavaliadas. Vamos fiscalizar não só habilitação, mas também a confecção de placas e outros serviços”.