Depois de tomar posse como presidente da CBF nesta quinta-feira pela manhã, Marco Polo Del Nero concedeu uma entrevista coletiva à tarde, no Rio de Janeiro, e foi questionado sobre diversos assuntos. Entre eles, falou sobre o desempenho e os planos para a seleção brasileira. Na resposta, exaltou o trabalho atual do técnico Dunga e da comissão técnica e, mesmo sem citar nomes, alfinetou Luiz Felipe Scolari, treinador da equipe nacional até a Copa do Mundo de 2014.
Del Nero lembrou do vexame da goleada sofrida para a Alemanha, na semifinal do Mundial, e fez críticas a “esse negócio de família”. Alguma relação com a “família Scolari”?
“Sempre se fala dos 7 a 1, ficou uma marca, nao tem jeito. Porque tragédia é uma marca, e nós tivemos uma tragédia aquele dia. Hoje nós temos um novo formato, um novo treinador, um novo coordenador técnico, uma outra mentalidade. E percebo que o trabalho deles é muito bom, cientificamente, tecnicamente, conhecendo o mundo do futebol. Esse negócio de família do futebol, que tem que ter os mesmos jogadores sempre, o Dunga não gosta disso. Ele fala que tem que jogar os melhores sempre, se tem cadeira vazia o outro senta. Isso é importante. é assim que eu entendo também. Só porque jogou bem no passado, vai usar os mesmos em 2016? Não. O conceito do Dunga é ter os melhores do momento”, afirmou o presidente da CBF, que tem mandato até 2019.
A tão falada queda do nível do futebol brasileiro e a evolução da seleção de outros países também foi assunto nesta quinta. Del Nero fez questão de descatar a qualidade dos jogadores do Brasil, mas admitiu que outras equipes estão cada vez mais fortes e também podem servir de exemplo.
“Há a necessidade de análise do que acontece no mundo. Nós temos mais para ensinar do que para aprender no futebol, mas não podemos ficar achando que somos os deuses do futebol, que somos pentacampeões, não é assim que pensamos. O Dunga e o Gilmar (Rinaldi) também não pensam assim. Eles estudam, vão pesquisar, estão trabalhando na evolução técnica, científica. Então, temos que usar o que trmos de positivo e analisar o que está se passando do mundo. Em cima disso, pode ser que usemos algumas coisas deles, porque eles usam da nossa habilidade também”, disse Del Nero.
Durante a entrevista, o novo presidente da CBF também falou sobre as categorias de base da seleção, a Medida Provisória 671 editada pelo Governo Federal, o calendário do futebol brasileiro, críticas que recebe e a relação da entidade com as federações estaduais e clubes. Em todos os temas, adotou um tom de união, dizendo que busca a conversa e o entendimento com todos: “Eu quero admnistrar ouvindo, conversando, discutindo abertamente. Quando você tem mais pessoas discutindo as coisas, você erra menos”.