Copom mantém Selic em 14,25% e encerra ciclo de altas que começou em 2014

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SÃO PAULO – Como esperava a maior parte dos economistas, a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) na reunião desta quarta-feira (2), foi pela manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em 14,25% ao ano. Com isso, o Banco Central encerrou o clico de sete altas iniciado em outubro que resultou em 325 pontos-base de elevação.

A estabilidade já era esperada pelo mercado, sendo que em pesquisa Bloomberg, de 56 economistas, apenas 5 acreditavam que haveria alguma elevação hoje. O Itaú Unibanco, em relatório assinado pelo economista Ilan Goldfajn, disse que esperava a Selic estável durante o restante do ano de 2015. “Em 2016 a inflação deve retroceder em resposta à desaceleração da economia e ao fim do ajuste das tarifas públicas, que ficaram atrasadas em relação aos seus preços justos”, explica Goldfajn. 

Por outro lado, o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, disse acreditar em um novo aumento. Na avaliação de Perfeito, as expectativas de inflação para 2016 ainda não estão ancoradas, com grandes chances do relatório Focus – documento do BC que compila projeções de economistas para os mais importantes indicadores macroeconômicos – mostrar previsões ainda piores na semana que vem. Atualmente o Focus prevê o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) fechando 2015 em 9,28%, com o teto da meta do governo em 6,5% ao ano. 

Na reunião anterior, o BC havia indicado a manutenção da Selic. Apesar do DI precificar uma nova alta, a autoridade monetária indicou no comunicado que os juros provavelmente iriam permanecer neste patamar nos próximos meses. “O Comitê entende que a manutenção desse patamar da taxa básica de juros, por período suficientemente prolongado, é necessária para a convergência da inflação para a meta no final de 2016”, disse o BC em seu comunicado.

Com uma taxa mais alta de juros, o Banco Central tenta controlar o crédito e o consumo, atuando assim para segurar a inflação, que tem mostrado resistência neste ano. Por outro lado, ao tornar o crédito e o investimento mais caros, os juros elevados prejudicam o nível de atividade da economia brasileira e, também, a geração de empregos.

Confira o comunicado do Banco Central:

Avaliando o cenário macroeconômico, as perspectivas para a inflação e o atual balanço de riscos, o Copom decidiu, por unanimidade, manter a taxa Selic em 14,25% a.a., sem viés.

O Comitê entende que a manutenção desse patamar da taxa básica de juros, por período suficientemente prolongado, é necessária para a convergência da inflação para a meta no final de 2016.

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