Construção civil ameaça entrar em greve

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Os trabalhadores da construção civil, que só em Cuiabá e na Baixada Cuiabana somam cerca de 30 mil, ameaçam entrar em greve a partir de 8 de julho, se os empreiteiros não reajustarem o salário da categoria em 11,57%. O indicativo foi aprovado em assembleia geral.

Trabalhadores e empresários já fizeram duas reuniões de negociação e a proposta patronal é de pagar 6,4%, a ser parcelado em duas vezes, no salário de julho e de novembro, retroativo a maio.

A proposta foi repudiada pelos sindicatos laborais do setor e trabalhadores presentes, que estão fazendo mobilizações nos canteiros de obras na capital e interior, exceto na região sul. Eles alegam que 6,4% é um valor inferior à inflação acumulada desde a última campanha salarial, que gira em torno de 9,8%.

Dia 8 de julho, as partes voltam a se reunir.

O Sindicato das Indústrias da Construção do Estado de Mato Grosso (Sinduscon-MT) emitiu nota à imprensa, afirmando que respeita o posicionamento da categoria, mas considerando uma greve precipitada.

Na nota, o Sinduscon diz que a “situação política e econômica do país afeta o setor produtivo, especialmente a indústria da construção” e que o setor está em baixa, tendo que demitir.

O entendimento dos sindicatos trabalhistas da construção civil é que as categorias não podem ser penalizadas pelo contexto político e econômico que o país atravessa, uma vez que o cenário é de inflação e queda do poder de compra dos salários. Eles lembram que o setor da construção teve crescimento recorde nos últimos anos, graças à explosão de obras pelo país, o que não justifica as alegações dos empresários sobre a crise.

Confira a nota do Sinduscon-MT na íntegra

Nota à Imprensa

“Sobre a ameaça de greve dos trabalhadores da construção civil, o Sindicato das Indústrias da Construção do Estado de Mato Grosso (Sinduscon-MT) vem a público esclarecer que:
1- Respeita o posicionamento da categoria e lamenta profundamente a disposição de greve uma vez que foram realizadas apenas duas rodadas de negociação e a terceira está marcada para o dia 8 de julho. As negociações apenas começaram e a sinalização é por um movimento paredista, demonstrando uma categoria que não está aberta ao diálogo;
2- É de conhecimento da sociedade que a situação política e econômica do país afeta o setor produtivo, especialmente a indústria da construção que sofre com os impactos referentes à elevação de custos dos insumos de produção e da necessidade de manter sua atividade empresarial e a manutenção de empregos; 
3- Houve queda de lançamentos imobiliários em Mato Groso, uma situação atípica considerando que o Estado até então sempre reforçou os índices da indústria com fomento a novos empreendimentos e abertura de postos de trabalho na área da construção;
4- O Caged relativo ao mês de abril mostra um saldo de 7.399 trabalhadores demitidos em doze meses, fruto desse quadro econômico que só tem piorado;
5- No período de 2000 a 2015 o IPCA/INPC apresentou um acumulado de 107,42% enquanto o Sinduscon/MT, nesse mesmo período, concedeu ao trabalhador da construção civil um ganho real de 128%. Os 6,41% oferecidos por este sindicato patronal estão relacionados à capacidade financeira atual, caso contrário as empresas correm o risco de atrasar salários e/ou ter que reduzir o quadro de pessoal.
6- O Sinduscon/MT entende que não existe emprego sem empresa, assim como não existe empregado sem trabalho. Então o momento é de canalizar esforços por um entendimento e não de uma retaliação.
7- Por fim, o sindicato patronal acredita que num entendimento, muito embora o sindicato laboral mantenha uma postura de inflexibilidade e irredutibilidade, uma vez que não que a situação econômica e política não atinge apenas os trabalhadores, mas todos os empregadores do país e do Estado.
8- Continuamos abertos ao diálogo até o esgotamento das possibilidades e contamos com a compreensão dos trabalhadores”.

(Com informações das assessorias de imprensa dos sindicatos trabalhistas e do Sinduscon-MT)

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