Confissão de menor não deverá livrar o Timão de todas as penas e nem soltar logo os 12 torcedores

Data:

Compartilhar:

ham alberto augusto sigma press estadao conteudo Confissão de menor não deverá livrar o Timão de todas as penas e nem soltar logo os 12 torcedores

Alberto Augusto / Sigma Press / Estadão Conteúdo

 

O torcedor do Corinthians H.A.M, de 17 anos, depõe neste momento, nesta segunda-feira (25) em uma delegacia de Guarulhos.

 

Em entrevista ao repórter Walmir Salaro para o Fántástico, da Rede Globo, ele disse ter sido o autor do disparo que matou o boliviano Kevin Espada no empate de 1 a 1 contra o San José, na noite da última quarta-feira (20), em Oruro, na Bolívia.

 

Os advogados do Corinthians afirmam possuir todas as provas de que H.A.M acionou a peça.

 

Se essa for a verdade, o Brasil não é obrigado a enviar H.A.M para ser submetido às leis da Bolívia.

 

Ele não cometeu crime em solo brasileiro, não tem qualquer passagem policial e possui endereço familiar certo e conhecido.

 

Mesmo se fosse maior de idade, pelas leis brasileiras, a extradição não seria automática, regular ou obrigatória para o Brasil. É, como já dissemos, a soberania de cada país.

 

Precisaria de um acordo entre os dois países, avalizado pelo real entendimento das autoridades judiciais, diplomáticas e governamentais brasileiras de que isso seria necessário.

 

Mesmo assim, caberiam vários recursos (que consumiriam muito tempo) até a decisão final.

 

Como H.A.M é menor, as autoridades brasileiras se sentem ainda mais confortáveis na tarefa de mantê-lo aqui e, no máximo, puni-lo de acordo com as leis brasileiras para menores infratores, que, como sabemos, são brandas.

 

O que não significa, claro, que H.A.M ou qualquer outro autor de delito dentro ou fora do Brasil, menor ou maior, não deva ser punido.

 

Deve. Mas, neste caso, no Brasil e pelas leis brasileiras, a não ser que o País tope mandá-lo para ser julgado e punido na Bolívia, o que, como dissemos, será quase impossível porque as leis daqui não parecem permitir no caso de um menor.

 

É praticamente certo que, a partir dessa confissão, as autoridades bolivianas solicitem participar também da investigação no Brasil.

 

Tudo indica que não irão se contentar, sem conferir, apenas com a confissão do rapaz, ainda que ela seja aceita pelas autoridades brasileiras.

 

Agora, a confissão de H.A.M não resolve, ao menos de pronto, alguns problemas.

 

Ainda que fique provado ter sido ele o autor do disparo, será difícil resolver no ato, nas próximas horas ou dias, duas situações negativas para o Corinthians e os 12 corintianos detidos na Bolívia.

 

A primeira delas é a seguinte: ainda que colabore com as investigações, como vem ocorrendo, será muito pouco provável que o Timão se livre ao menos de parte da punição de portões fechados e do veto de ingressos nos jogos fora.

 

Isso porque a Conmebol e a Fifa consideram a torcida extensão do clube.

 

As penas podem, portanto, até serem amenizadas no julgamento final, mas não serão extintas.

 

E a segunda: os 12 corintianos ainda ficarão um bom tempo detidos na Bolívia.

 

Isso porque a confissão do rapaz aqui não anula ou encerra automaticamente as apurações e o processo em curso por lá, até pela soberania de cada país.

 

Se as autoridades bolivianas não se convencerem de que foi H.A.M o autor do disparo, aí as coisas voltam à estaca zero – e podem até piorar.

 

Dependendo de como os 12 torcedores foram enquadrados na lei boliviana, eles responderão como cúmplices ou tentativa de acobertar o verdadeiro autor do crime.

 

Como será provado, por exemplo, que os sinalizadores encontrados com os 12 detidos eram todos de H.A.M.

 

Há provas concretas e convincentes disso além do depoimento dele e da afirmação dos advogados do Timão?

 

Isso será considerado pelas autoridades bolivianas.

 

É o que veremos.

 

De qualquer forma, será muito difícil que o Corinthians escape ileso.

 

Punição criminal para o autor é uma coisa. Cabe à justiça.

 

Punição desportiva para o clube dono da torcida autora do problema é outra. Cabe à Conmebol.

 

Os 12 continuarão, portanto, a ter dificuldade para voltar rapidamente ao Brasil.

 

Que a embaixada brasileira alugue uma casa para os rapazes e tente colocá-los lá.

 

Isso, se o juiz local for convencido de que, numa situação dessas, eles não tentariam fugir e atravessar a fronteira de volta ao Brasil.

 

Tem essa ainda…

 

Enfim, por enquanto, a confissão de H.A.M é, apenas, um fato novo.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Notícias relacionadas

Justiça eleitoral veta propaganda irregular do partido liberal que tem como candidata a Prefeita, Luzia Guedes Carrara em Nova Santa Helena MT.

A decisão ocorreu após representação da Coligação unidos pelo desenvolvimento, (União Brasil/MDB), que constatou a prática de propaganda...

Justiça determina a imediata suspenção de divulgação de pesquisa eleitoral irregular em Nova Canaã do Norte.

A Pesquisa que foi encomendada pelo site SONOTICIAS, e realizada pela empresa REAL DADOS e PESQUISA LTDA, divulgada...

PASTOR É PRESO SUSPEITO DE ESTUPRAR CRIANÇA POR SEIS ANOS

https://www.youtube.com/watch?v=jBPu7j_ueUY