Melhores holofotes não podem haver.
O Corinthians campeão do mundo e o Itaquerão à sua disposição.
O clube à seus pés.
E o estádio de R$ 1 bilhão para demonstrar seu poder.
Tornar impossível esquecer que só existe por causa dele.
Assim como o privilégio de levar a abertura de uma Copa para Itaquera.
Graças a seus relacionamentos íntimos.
Com Lula e com Ricardo Teixeira.
Os ex-presidentes do Brasil e da CBF.
O plano é simples, maquiavélico.
Aproveitar da mídia para se mostrar um estadista.
E começar a formar o bloco de oposição para enfrentar Marin.
Basta relembrar os tempos de Dualib.
Com o apadrinhamento de Nesi Curi, Andrés se aproximou do então presidente corintiano.
Foi seu diretor das categorias de base.
E depois de futebol.
Viajou para a Inglaterra com Dualib.
Sem falar inglês os dois fecharam acordo com Kia e sua MSI.
Andrés Sanchez logo conheceu o poder dos jornalistas.
E se encantou com as manchetes de jornais, sites.
Em se ver na tevê.
Ouvir sua voz no rádio.
Ficou embevecido.
Virou um personagem mítico, maior do que realmente é.
Perfeito para seduzir eleitores e conduzir o clube, um gigante adormecido.
Muito bem cercado, despachou Dualib pela porta dos fundos do Parque São Jorge.
Seu padrinho saiu também.
Mas Nesi entendeu o que acontecia e o perdoou.
A revolução que comandou no Corinthians impressionou Ricardo Teixeira.
Assim como a fidelidade na tentativa impossível de destronar Fabio Koff do Clube dos 13.
Apoiou com todas as forças a candidatura fracassada de Kléber Leite.
Fez milagres, mas não o suficiente para colocá-lo no poder.
A outra missão foi ainda mais difícil.
Proteger os interesses da CBF e da Globo.
E implodir o clube dos 13.
A transmissão do futebol precisava ficar entre amigos.
Aí, foi perfeito.
E ganhou o amor incondicional e eterno de Teixeira.
Quando caiu, exilado em Boca Ratón, o ex-presidente da CBF tentou salvá-lo.
Se Marin tivesse cumprido o acordo, Mano e Andrés ficariam até a Copa.
Mas Marco Polo del Nero mostrou ser uma bobagem.
E que os dois não eram homens de total confiança do octogenário dirigente.
Andrés passou pela humilhação de ser uma figura decorativa na CBF.
De Boca Ratón, Teixeira pedia que tivesse paciência.
Percebendo que não pediria demissão, Marin resolveu jogar ainda mais duro.
Demitiu Mano Menezes no seu melhor momento.
Obrigou Andrés dar a notícia à imprensa.
E ainda explicar algo que não concordava e não desejava.
Mesmo assim, queria ficar até o sorteio da Copa das Confederações.
Andrés tentou aproveitar o restinho da mídia espontânea.
Marin não quis dar esse gosto.
Andrés 'se demitiu' e foi para o Japão.
Foi quando teve a total dimensão do que acontecia no Corinthians.
O vice Luiz Paulo Rosenberg estava se apropriando de todos os méritos do Itaquerão.
Até do maior patrocínio do futebol brasileiro, o da Caixa Econômica Federal.
E também crescia os olhos sobre a venda do nome do Itaquerão, que está perto de ser fechada.
Todos no Parque São Jorge sabem que esses feitos são de Andrés.
Graças aos seus relacionamentos influentes.
Ainda quando estava na CBF, seu futuro estava definido.
O blog teve a sorte em antecipar, graças a informações por gente importante no Corinthians.
Andrés iria usar o Itaquerão como sua plataforma eleitoral.
Usar o estádio de um bilhão e que só existe por causa dele.
Para convencer indecisos presidentes de federações e clubes que é possível.
E em abril de 2014 vencer Marin nas eleições da CBF.
Seria a suprema humilhação.
Faltando dois meses para a Copa, Andrés Sanchez destronar o octogenário.
E ainda o seu mentor e homem de confiança, Marco Polo.
Para isso, o primeiro passo foi dado.
Tudo foi acertado no Japão.
Andrés ficaria por lá até que Rosenberg informasse no Brasil.
Por livre e espontânea vontade, ele está se afastando do Itaquerão.
E o repassa a Andrés Sanchez.
O vice presidente não teve escolha.
Seu mundo caiu para que o ex-presidente voltasse à cena.
Mais forte.
A eleição de Fernando Haddad como prefeito de São Paulo veio a calhar.
Foi Andrés quem levou até ele Juvenal Juvêncio e Arnaldo Tirone.
As fotos mostraram o apoio público dos três principais clubes da Capital.
Fica mais evidente que o Corinthians terá a melhor das convivências com a Prefeitura de São Paulo.
Andrés só não pode contar com o apoio aberto, escancarado de Marcelo Campos Pinto.
O executivo que cuida do Esporte da Globo não pode ficar contra Marin.
Há muito interesse em jogo.
A esperança do dirigente corintiano é que a emissora mantenha uma postura neutra.
Isso já o ajudará demais na guerra até abril de 2014.
Sob a orientação de Ricardo Teixeira, Andrés está se estruturando.
Vai contar com o apoio de aliados do ex-presidente da CBF.
Como Kléber Leite, Jota Hawilla.
E presidentes de federações que só esperam por um líder para enfrentar Marin.
Há muito descontentamento com o deslocamento do eixo do poder para São Paulo.
Andrés tem elos fortes demais com poderosos cariocas como Kléber Leite.
Marin se agarra com firmeza ao ministro Aldo Rebelo.
Só que o ex-presidente corintiano tem Lula nesta batalha.
O Corinthians campeão do mundo.
E o Itaquerão.
Neste cenário, a briga ficou forte demais para Rosenberg.
Sua sede de poder e holofote de nada adiantou.
Andrés precisa de mídia.
E o Itaquerão será seu cabo eleitoral.
Só há espaço para um.
Não há saída.
A hora é de ser discreto, se afastar.
Sair à francesa.
O homem que revolucionou o Corinthians precisa de apoio.
E terá incondicionalmente no Parque São Jorge.
O Itaquerão tem dono.
E se chama Andrés Navarro Sanchez.
Agora sim, de forma aberta.
O inimigo número um de José Maria Marin.
E de Marco Polo del Nero.
Os três se encontrarão nas urnas da CBF em abril de 2014.
A briga será sangrenta.
Quem puder mais vai chorar menos…