Com enredo sobre fé, Mocidade Alegre fatura tricampeonato inédito no Anhembi

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A Mocidade Alegre, terceira escola a desfilar na madrugada de domingo (2), sagrou-se tricampeã do Carnaval paulistano em 2014. O título da agremiação do Limão é inédito no sambódromo do Anhembi, inaugurado em 1991. A última vez que uma agremiação ganhou três vezes consecutivas foi na Av. Tiradentes, em 1986, 1987 e 1988, com a Vai-Vai.

A escola levou para a avenida o enredo Andar Com Fé Eu Vou… Que a Fé Não Costuma Falhar. O desfile, que homenageou todas as religiões e crenças, foi uma sugestão da própria presidente, Solange Cruz Bichara Rezende. A dirigente é conhecida pela religiosidade e por acompanhar a apuração das notas repleta de terços e patuás.

Solange custou a acreditar no resultado e só se permitiu comemorar o título após a leitura da última nota.

— Não acredito! A gente estava sem barracão, a gente conseguiu construir tudo na última hora. A escola se empenhou muito. Obrigada, barracão, obrigada, comunidade, vocês foram demais.

Desde quando a dirigente assumiu o comando da escola, há dez anos, já foram seis títulos para a Mocidade. 

O vice-campeonato ficou para a Rosas de Ouro, seguida pela Águia de Ouro, Acadêmicos do Tucuruvi e Dragões da Real. As últimas colocadas foram Pérola Negra e Leandro de Itaquera, que acabaram rebaixadas para o Grupo de Acesso. Ambas haviam retornados ao Especial em 2014. Enquanto isso, Unidos de Vila Maria e Mancha Verde garantiram uma vaga de volta à elite do samba paulistano em 2015.

Comissão de frente da Mocidade desfila de olhos vendadosEduardo Enomoto/R7

Inovação

O profissionalismo da Mocidade Alegre ficou estampado em cada segmento da agremiação na avenida. A ousadia foi a principal marca da escola do Limão, que não teve medo de arriscar. Prova disso é o fato de os componentes terem se ajoelhado duas vezes — exceto a ala das baianas — durante o refrão De joelhos eu vou cantar.

A escola lembrou todas as religiões, crenças e superstições, dos rituais africanos aos horóscopos. Os ritmistas, com o rosto pintado de azul, representavam o Hinduísmo. Já as baianas estavam de magia cigana e foram um dos destaques da escola.

As coreografias e grupos cênicos também encantaram. Se não bastasse todo o show visual, a escola ainda contou com um samba contagiante, de letra emocionante, que traduz de forma direta a mensagem que a escola pretendia passar.

A comissão de frente, que fez coreografia afro, desfilou com os componentes de olhos vendados, simbolizando que a fé é cega. 

Rosas Inesquecível

A Rosas de Ouro faturou o vice-campeonato com o enredo Inesquecível, relembrando os momentos marcantes da vida das pessoas. Logo na comissão de frente, dançavam personagens memoráveis, como Charles Chaplin, Chacrinha e Michael Jackson. A cantora Simony e o personagem Fofão desfilaram no segundo carro, decorado com palhaços, ursos de pelúcia e lápis de cor. Os contos de terror, as histórias assustadoras e as lendas urbanas também foram apresentados de forma coreografada

Terceira colocada, a Águia de Ouro homenageou o centenário de Dorival Caymmi, Não faltaram referências às obras do músico baiano, como os jangadeiros, Mãe Menininha e o Samba da Minha Terra.

Igualdade

Entre as cinco primeiras colocadas no Carnaval 2014, apenas a Acadêmicos do Tucuruvi não estava entre as vencedoras do ano passado. Mocidade, Rosas e Águia, no entanto, repetiram a mesma posição na tabela de 2013. Veja o resultado final da folia paulistana:

1ª — Mocidade Alegre (269,7)
2ª — Rosas de Ouro (269,4)
3ª — Águia de Ouro (269,3)
4ª — Acadêmicos do Tucuruvi (269,1)
5ª — Dragões da Real (269,1)
6ª — Acadêmicos do Tatuapé (268,9)
7ª — Tom Maior (268,8)
8ª — Império de Casa Verde (268,5)
9ª — Vai-Vai (268,2)
10ª — X-9 Paulistana (268)
11ª — Gaviões da Fiel (268)
12ª — Nenê de Vila Matilde (267,5)
13ª — Pérola Negra (267,1)
14ª — Leandro de Itaquera (266,4)

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