Há três meses o preço do arroz vem subindo e chegou a 64%,
alta que em agosto fez o valor da cesta básica de alimentos disparar em Mato
Grosso. Porém, o cereal bastante presente na mesa dos mato-grossenses não foi o
único item alimentício a ficar mais caro.
Conforme levantamento realizado pela Secretaria de Estado de
Agricultura Familiar (Seaf),
diversos itens hortifrutigranjeiros comercializados no atacado em Cuiabá e
Várzea Grande sofreram alta desde o início da pandemia. O percentual de
aumento chega a ser superior a 80%, em um intervalo de seis meses, contando da
primeira semana de março a primeira semana de setembro.
A maior alta foi detectada no preço do limão tahiti, que
subiu 186%, passando de R$ 35 para R$ 100, a saca de 22kg. Em seguida aparecem
a pimenta-de-cheiro, com aumento de 116%, e o quiabo com 115%. Esse último item
custava em março R$ 28 a caixa com 14kg. Esta semana, essa mesma quantidade é
vendida a R$ 60. Já o preço da pimenta-de-cheiro passou de R$ 60 para
R$ 130, a caixa com 8kg.
Segundo o permissionário da Central de Abastecimento de
Cuiabá, que abastece o comércio atacadista e varejista de hortifrutigranjeiros
da capital e interior, José Luiz Fugiwara, a explicação para o aumento
significativo se deve ao clima e a baixa produção local.
“Estamos tendo de trazer produtos de outros estados, como
por exemplo o limão que está vindo de São Paulo. A produção regional está
enfrentando esse período de más condições climáticas e não tem dado conta de
atender o mercado interno. Aliado a isso, a demanda por esses produtos não
recuou em outros estados e aqui no período de pandemia, e por isso os preços
não recuaram”, explica Fugiwara.
Abóbora cabotiá, milho verde e a mandioca são também outros
itens com preço elevado nos últimos dias. A mandioca e a abóbora subiram 80%.
De R$ 25, a abóbora saltou para 45, o saco com 20kg. A mandioca hoje custa R$
90 o saco com 50 kg, sendo que em março era vendida a R$ 50. O saco com 45kg de
milho verde aumentou 60% ao passar a ser vendido a R$ 80 ao invés de R$ 50.
De acordo com o coordenador de Acesso aos Mercados da Seaf,
Eduardo Duarte, a falta de chuvas, a baixa umidade e a diminuição da
produtividade são as causas para os aumentos de valores dos produtos
hortifrutigranjeiros. “Além desses fatores, com o fechamento das feiras livre
no final de março por conta da pandemia, muitos produtores familiares
diminuíram a produção por não terem onde comercializar. Com isso reflexo dessa
paralização está repercutindo agora”, comenta o servidor da Seaf.
Apenas dois itens reduziram de preço no intervalo de seis
meses. O tomate e o repolho. Esse último a caixa com 25kg reduziu 50%, ao ser
vendido por R$ 20 ao invés de R$ 40 como no passado. Já a caixa com 20kg do
tomate, cujo preço oscilou nesse período, está atualmente R$ 45, custando 44% a
menos quando era vendido a R$ 80. “Essa redução é consequência do período de
colheita, que fez aumentar no mercado a oferta desses produtos. Em algumas
semanas esses dois itens tendem a ser reajustados”, acrescenta Eduardo Duarte.
Cotação
A cotação de preços dos principais produtos da agricultura
familiar é realizada semanalmente, toda terça-feira a partir 5h, por técnicos
da Seaf, Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural
(Empaer) e prefeitura de Cuiabá. A pesquisa de preço é realizada na Central de
Abastecimento de Cuiabá, levando em conta o preço mínimo, mais comum e o preço
máximo dos produtos encontrados nas barracas em três horários distintos durante
o período matutino.
Para acessar o preço de todos os 69 produtos divulgados pela
cotação regional dos preços do Prohort clique AQUI!
Esta regulação é fundamental para garantir a qualidade do
preço, evitando crimes contra a economia popular e valorizando o esforço e
trabalho do homem do campo.
Assessoria