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“O município de Chapada dos Guimarães vive uma crise com um quadro meio desastroso. São ruas esburacadas e lixo por todo lado, uma situação crítica e caótica”. O relato é do próprio prefeito do município, José de Souza Neves (PSDB), que ficou afastado do cargo por 8 meses por determinação da Justiça acusado de várias irregularidades, mas conseguiu reassumir a cadeira nesta terça-feira (20), também por força de uma liminar.
Apesar de falar abertamente que a cidade enfrenta uma crise generalizada com serviços que não funcionam e várias irregularidades na condução e execução de serviços básicos, ele é cauteloso quando questionado sobre quem seriam os culpados pela atual situação.
“Eu estava afastado há 8 meses, um prazo razoável para que se tomassem algumas medidas sobre a área urbana”, alega o tucano evitando culpar diretamente o vice-prefeito Lisu Koberstain que estava no comando do município desde o dia 12 de maio de 2014, época em Neves foi afastado do cargo pela primeira vez.
Divulgação![]() Réu em diversos processos por improbidade, Neves firma que não causou dano ao erário |
“Meu afastamento gerou prejuízo muito grande ao município nesse aspecto. O prefeito interino não tem segurança para executar projetos e ações a longo prazo porque não sabe se vai continuar”, justifica José Neves.
Na Justiça, José Neves enfrenta uma briga sem prazo de terminar com o Ministério Público Estadual, autor de diversas ações por improbidade administrativa contra o gestor. Outra batalha judicial com várias decisões contrárias e outras favoráveis que o tucano vem travando há mais de 1 ano é com a Câmara de Vereadores de Chapada dos Guimarães. Já houve 2 tentativas de cassar o mandato de Neves por meio de Comissão Parlamentar de Inquérito, mas ambas fracassaram, pois não houve a quantia de votos necessários para cassar o prefeito.
Uma terceira tentativa ocorreu em dezembro de 2014, ocasião em que os parlamentares acolheram uma nova denúncia contra o tucano e votaram pelo afastamento cautelar de mais 90 dias. Porém, ele recorreu à Justiça com um mandado de segurança e conseguiu uma liminar que tornou sem efeito a sessão realizada no dia 18 de dezembro e todos os atos praticados, incluindo a terceira CPI instaurada para tentar cassar seu mandato pela terceira vez.
Sobre auditorias nas contas de gestão do município, determinadas pelo prefeito em exercício Lisu Koberstain e outra pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), José Neves alega que não foram encontradas irregularidades graves contra ele. O gestor também se defende dos afastamentos determinados pela Justiça em processos movidos pelo Ministério Público. “Não há conduta minha que resultou em dano ao erário e sim questões administrativa que não implicam em ações que levem ao caos que a cidade vive”, argumenta.