Gilmar Fabris, Pedro Henry, Carlos Abicalil e Serys Marly são prestigiados com cargo de secretário ou no Legislativo
As composições políticas para o novo mandato do governador Silval Barbosa e a próxima legislatura da Assembleia e da Câmara Federal apresentam algumas combinações curiosas e intrigantes por contemplar com cargos políticos que foram cassados e/ou derrotados nas urnas. Pedro Henry (PP), enquadrado como ficha suja, perdeu direito de continuar na cadeira de deputado federal. O Palácio Paiaguás resolveu, então, acolhê-lo. Aproveitou o fato deste ser médico-anestecista e vai nomear Henry como secretário de Estado de Saúde, que terá o terceiro maior orçamento do Estado, chegando a R$ 925,1 milhões, 23,7% maior se comparado ao exercício deste ano (R$ 747,5 milhões).
Carlos Abicalil (PT) perdeu para o Senado, mas, em nome do PT, passou a fazer tanto lobby que agora tem o privilégio de escolher entre um cargo federal no governo da presidente eleita Dilma Rousseff ou comandar a pasta da Educação do governo mato-grossense. Trata-se da maior secretaria das 23 que compõem a engrenagem da máquina estatal. A senadora Serys Marly, outra petista derrotada nas eleições – concorreu à deputada federal e ficou como suplente -, vai poder assumir cadeira na Câmara graças à sensibilidade de Silval, que tem feito esforço para atrair o deputado Wellington Fagundes para a secretaria de Transporte e Pavimentação Urbana (hoje Sinfra) e, assim, abrir cadeira em Brasília para a petista.
Gilmar Fabris (DEM) é outro cassado e reprovado pelo eleitorado, mas que será prestigiado com cargo. No seu caso, o esforço do Paiaguás foi maior. Primeiro, o democrata que, em tese, pertence a um partido de oposição, mas se tornou aliado de carteirinha do governador, conseguiu na Justiça derrubar sua cassação, o que o tirou da lista de candidatos fichas-sujas. Com isso, seus votos foram validados e ele passou a ser o primeiro-suplente da coligação DEM/PSDB. Silval "puxou", então, o titular José Domingos para a secretaria de Desenvolvimento Rural. Era tudo que Fabris queria: continuar deputado, mesmo que prossiga apresentando uma série de atestado médico para poder contribuir com o esquema de rodízio, como ele tem feito no atual mandato.
Há outros derrotados nas urnas que também estão se movimentando para não ficarem de fora da vida pública, como os deputados estaduais Adalto de Freitas, o Daltinho (PMDB) e Maksuês Leite (PP) e o suplente Alexandre Cesar (PT).