“Brincar no Brasileiro” pode custar caro ao Timão na Libertadores; Entenda

Data:

Compartilhar:

 

O Corinthians fez uma aposta perigosa ao "abandonar" o Campeonato Brasileiro para dar total prioridade à final da Libertadores. Nos últimos anos, disputar a decisão da competição de clubes mais importante da América do Sul ocupando um lugar na zona do rebaixamento foi sinônimo de vice-campeonato para os brasileiros.

Apesar de ter vencido a última partida disputada no Brasileirão, diante do Palmeiras, o Timão ainda está entre os quatro últimos da competição na semana em que entra em campo para lutar pelo título mais desejado por seus torcedores. A incômoda posição da equipe na tabela faz lembrar a campanha de outros finalistas brasileiros da Libertadores.

O exemplo mais conhecido é o do Fluminense, em 2008. O time praticamente deixou de lado o Brasileirão enquanto disputava a final da Libertadores contra a LDU, do Equador. O então técnico da equipe carioca, Renato Gaúcho, chegou a dizer que o Flu venceria a competição continental para depois "brincar no Brasileiro". 

A brincadeira custou caro ao Fluminense. Derrotado pela LDU há exatamente quatro anos, o time sofreu para deixar a zona de rebaixamento e terminou o Brasileirão na 14ª posição, com 45 pontos – um ponto a mais que o Figueirense, primeiro dos rebaixados naquela temporada. Renato Gaúcho não aguentou a crise e caiu antes do fim do campeonato. Contratado pelo Vasco, acabou rebaixado com o time da Colina.

Assim como o Flu, o Atlético-PR também disputou a Libertadores segurando a lanterna do Brasileirão. Em 2005, o time paranaense encarou o São Paulo na 22ª posição, tendo conquistado seis pontos em 11 jogos. O Furacão acabou goleado pelo Tricolor paulista na final da competição continental e não conseguiu se recuperar no Nacional a tempo de conquistar um lugar na Libertadores do ano seguinte.

Outra equipe que deixou o Brasileirão de lado e acabou frustrada na Libertadores foi o Grêmio, em 2007. O time gaúcho enfrentou o mesmo Boca Juniors que agora é o adversário do Timão na decisão da próxima quarta-feira (4), no Pacaembu. 

Na semana do jogo de volta da final, o Grêmio era o 16º colocado com apenas seis pontos conquistados em seis jogos e só não estava na zona do rebaixamento porque tinha uma vitória a mais que o Flamengo.

Após a derrota para o Boca Juniors em pleno Estádio Olímpico, o Grêmio teve sérias dificuldades no Brasileirão e acabou não conseguindo uma vaga para disputar a Libertadores no ano seguinte. O time era comandado por Mano Menezes, que já passou pelo Corinthians e hoje treina a seleção brasileira.

Dois anos depois foi a vez do Cruzeiro enfrentar o Estudiantes enquanto estava "abraçado" com a zona do rebaixamento. O time mineiro conquistou um importante empate na Argentina no jogo de ida — como fez o Corinthians este ano — e se encheu de confiança para a volta, em casa. 

A Raposa, assim como o Grêmio de 2007, entrou em campo com a 16ª colocação do Brasileiro, com dez pontos em dez jogos e também fora dos quatro últimos por ter uma vitória a mais que o 17º colocado, o Botafogo. Vice da Libertadores, o Cruzeiro conseguiu reagir para conquistar uma vaga na Pré-Libertadores do ano seguinte.

O bom exemplo

Nem sempre é preciso dar as costas ao Brasileiro em meio à disputa da Libertadores. Em 2006, São Paulo e Internacional eram líder e vice-líder do Nacional quando se enfrentaram na luta pelo título continental. O Colorado levou a melhor e faturou pela primeira vez a Libertadores.

O Tricolor se recuperou rapidamente da derrota para os gaúchos e levou o Brasileirão no fim do ano. O Internacional não abandonou o Nacional e acabou com o vice-campeonato. Também em dezembro, o Colorado foi campeão mundial de clubes.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Notícias relacionadas