Brasil gasta mais com estádios e menos com infraestrutura para a Copa do Mundo

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manezao-maryleal-gdf-700Mary Leal/GDF/Divulgação

Reforma do Mané Garrincha ultrapassa R$ 1bilhão e encarece conta dos estádios da Copa do Mundo


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O Brasil vai gastar mais com estádios e menos com infraestrutura para a Copa do Mundo, segundo documento divulgado pelo Ministério do Esporte. A Matriz de Responsabilidade, revisada e publicada neste fim de ano, revela que as esferas do Poder Público vão deixar de usar recursos em mobilidade urbana e terão que investir mais na construção das arenas para o torneio, destaque para o Mané Garrincha, em Brasília, que vai consumir mais de R$ 1 bilhão do erário.

O Estádio Nacional de Brasília, que passa por reforma para sediar a Copa do Mundo e apenas um jogo da Copa das Confederações, saltou de R$ 745,3 milhões, como publicado na versão de abril da Matriz de Responsabilidades, para R$ 1,015 bilhão, como mostra o documento atualizado.

Essa conta, que cresceu cerca de R$270 milhões, vai ser paga pelo governo do Distrito Federal. O rombo, afirmou a Secopa em várias ocasiões, não será tão grande no final porque os valores serão atualizados com os descontos oriundos de benefícios fiscais voltados para obras da Copa do Mundo.

Com o aumento, o valor gasto com obras de estádio chega a R$ 7 bilhões, sendo R$ 6,4 bi vai sair dos cofres públicos e apenas R$ 612 milhões serão pagos pela iniciativa privada.

Enquanto o investimento em estádios aumenta, dinheiro que era destinado às obras de mobilidade vai sendo esquecido nos cofres do governo federal.

Na versão de abril, a Matriz de Responsabilidade mostrava que o governo federal havia disponibilizado mais de R$ 11 bilhões para financiamento obras de mobilidade. Como não serão concluídas até a Copa do Mundo, seis obras perderam o direito de receber dinheiro e ‘economizaram’ R$ 2,7 bilhões.

Entre as obras que não terão direito a financiamento federal está o monotrilho de São Paulo, que ligaria o aeroporto de Congonhas ao Morumbi e receberia R$ 1,08 bilhão. Como não será entregue até o torneio, perdeu o dinheiro federal e corre risco de empacar, até que seja liberada uma nova forma de financiamento.

Outras três obras de mobilidade (em Curitiba, Manaus e Natal) ficaram sem recurso federa l, além do aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, que deixou de ser contemplado pela verba da Copa.

Menos investimento em Itaquera

A Matriz de Responsabilidade mostra uma versão diferente da apresentada pelo Governo do Estado sobre as obras no entorno da Arena Corinthians, em Itaquera. Em setembro, Alckmin e Prefeitura anunciaram que investiriam em conjunto R$ 470 milhões na região do estádio palco da abertura da Copa do Mundo.

Na Matriz de Responsabilidades, no entanto, consta um valor  bastante menor. Serão investidos, segundo os dados do Ministério do Esporte, R$ 317,7 milhões em “intervenções viárias no entorno da Arena Itaquera”.  Os números são oficiais e repassados pelos próprios Estados.

 
 

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