Simone Ishizuka/ GD
Ao menos 5 pontos das rodovias BR-364 e BR-163 foram bloqueados por caminhoneiros de todo Estado, desde o início da manhã desta segunda-feira (23). Os manifestantes, que retomaram o fechamento da rodovia iniciado na semana passada, reivindicam a redução da carga tributária que incide no combustível e querem o aumento no preço do frete. Além de Mato Grosso, outros Estados do país se mobilizam a favor da greve.
A BR-163 conta com três pontos paralisados: no Km 593 perto de Nova Mutum; Km 686 de Lucas do Rio Verde; e Km 745 de Sorriso. As filas em alguns destes bloqueios chegam a três quilômetros, segundo informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Já na BR-364 a paralisação fica no Km 196, próximo à Rondonópolis e dois pontos perto da cidade de Diamantino, no Km 588 e 614. Na Capital, caminhoneiros se organizaram no Km 397.
Cerca de 400 caminhões bitrens estavam estacionados na saída de Cuiabá para Rondonópolis. Representante do movimento em Cuiabá, o caminhoneiro Kiever Mertz disse que a intenção é que a manifestação ganhe força nos próximos dias. “O intuito é chamar a atenção das autoridades em relação ao alto custo do combustível e do baixo valor do frete, que hoje é muito defasado e não ajuda o setor de transporte. Está tornando o transporte de carga inviável”.
Até esta terça-feira (23), a paralisação segue com liberação na hora do almoço e também no período da noite. Caso não haja manifestação das autoridades nestes dois primeiros dias, caminhoneiros prometem paralisação geral.
“Nosso acordo com a PRF no intuito de manter uma manifestação pacífica, com liberação de todos os veículos de passeio, com carga viva, perecíveis e ônibus de viagem. Porém, vai ter a liberação das 11h às 13h. Uma liberação a partir das 19h, nos dois primeiros dias. Depois vai haver paralisação geral”.
Embora haja uma conversa entre os manifestantes e agentes da PRF, ainda não há nada acertado para os próximos dias. O policial rodoviário Eder Freitas, que acompanhava o protesto na rodovia, disse que não há como permitir o bloqueio total.
“Tem um acordo de bloqueio para apenas hoje e estamos aqui para manter a segurança de todos, tanto dos caminhoneiros quanto dos pedestres que passam por aqui. O acordo foi feito de forma verbal, mas não há como autorizarmos o fechamento total da estrada”, adiantou o agente.
Veículos de passeio, com transporte de passageiros, ambulância, caminhões com carga viva ou alimentos perecíveis estão liberados para o trânsito. A manifestação segue pacífica.
No Brasil – Além de Mato Grosso, outros Estados aderiram a paralisação das rodovias federais do país. Até o momento, caminhoneiros protestam em São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Goiás contra a alta do diesel, dos pedágios e pelo aumento no valor dos fretes.
Mertz disse que até então, o movimento do Estado não teve nenhum tipo de resposta por parte das autoridades, e que a tendência é que a paralisação ganhe força nos próximos dias. “A princípio não tivemos nenhuma resposta. Nem nós da BR-364, nem o pessoal de Rondonópolis ou de Lucas do Rio Verde. Nós estamos aguardando uma resposta das autoridades”.
“Não só no Estado, como nas demais regiões do Brasil também. A gente já tem paralisação em Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e a tendência é que este movimento aumente ainda mais. A nossa classe é muito unida e a gente tem certeza que este movimento vai aumentar na região do Brasil inteiro”, finalizou.
Reunião – O secretário de fazenda do Estado, Paulo Brustolin, vai se reunir com os caminhoneiros nesta segunda-feira (23), a partir das 14h. Na ocasião, o gestor irá ouvir a classe para viabilizar os pedidos da manifestação.