Otmar de Oliveira
Deputado federal e presidente do MDB em Mato Grosso, Carlos Bezerra classifica o final da gestão do Pedro Taques (PSDB) como “trágica” por conta da delação do empresário Alan Malouf, que aponta um engenhoso esquema de caixa 2 na eleição de 2014.
“É lastimável, quem veio para o poder com tanta pregação moralista e terminar assim, é trágico. É um fim melancólico”, diz o emedebista. “É ruim para Mato Grosso, é ruim para a imagem do Estado como um todo”, completa Bezerra.
A declaração de Bezerra pode ser classificada como “vingança”, já que Taques passou a campanha de 2014 e de 2018 criticando o MDB por conta dos escândalos de corrupção envolvendo a gestão Silval Barbosa, que na época era filiado ao MDB.
Tanto que o governador criticou o governador eleito Mauro Mendes (DEM) por conta da aliança com o MDB, afirmando que o Estado voltaria ao passado.
Na delação, Alan Malouf narra diversas situações envolvendo supostos crimes de caixa 2, esquemas e pagamento de propina durante a gestão Taques.
Pedro Taques ganhou ascensão nacional ainda durante o período em que era procurador da República, quando se destacou nas investigações que culminaram nas prisões de João Arcanjo Ribeiro, líder do crime organizado em Mato Grosso, e do senador Jader Barbalho, do Pará.
Em 2010, Taques foi eleito senador da República, amparado na sua trajetória dentro do Ministério Público, chegando a ser eleito governador em 2014.
Porém, em 2018, com diversos desgastes, tendo o seu governo envolvido em escândalos de corrupção, além do desembarque de diversos aliados, Taques amargou a terceira colocação no pleito, se tornado o primeiro governador da história de Mato Grosso a não conseguir a reeleiçao.