
Partida histórica do Grêmio foi imortalizada em DVD
– No ano passado, o Mano Menezes e a mulher vieram de São Paulo para jantar com a gente. Neste ano não vamos nos encontrar, mas vou ligar para ele para comemorar.
A vitória sobre os pernambucanos na partida que garantiu a volta do Grêmio à Série A do Campeonato Brasileiro teve contornos de dramaticidade poucas vezes vistos na história do futebol. Os gaúchos tiveram dois pênaltis contra e quatro jogadores expulsos, mas no final venceram e se sagraram campeões da Série B. Pelo teor épico, Odone vê naquela conquista a mais importante da história da equipe.
– O Grêmio ganhou o Mundial em 1983, em Tóquio. Aquele foi o maior título da história do clube, a maior glória. É o campeonato do Mundo. Mas, em emoção, não se compara à Batalha dos Aflitos. Era a vida do clube que estava em jogo.
O ex-presidente do Grêmio, que retoma no mês que vêm à presidência do clube, reconhece que a permanência de Mano Menezes como treinador do time seria muito difícil se o Náutico tivesse vencido aquele jogo.
– Aquele jogo foi decisivo não só para o Mano Menezes, mas para o Grêmio também. A gente sentia que a instituição não teria força se não conseguisse vencer. O clube estava em risco.

Mano Menezes na véspera da partida contra o Náutico, em 2005 Foto: Gazeta Press
Outro herói daquele jogo, o goleiro Rodrigo Galatto, hoje atleta do Malaga, da Espanha, relembra com carinho aquela vitória. Ele foi responsável por defender um pênalti quando o time tinha apenas sete jogadores em campo.
-Me lembro daquele jogo todos os dias. Sinceramente, foi um acontecimento que marcou muito minha vida profissional e pessoal, porque ajudei o Grêmio a voltar à elite do futebol brasileiro. Acompanho o Grêmio desde criança, é o meu time de coração.
Com o pé direito Galatto defendeu um pênalti, impediu a derrota do Grêmio e ajudou Mano Menezes a começar a ser conhecido no país como um técnico vencedor. Humilde, o goleiro não se vê como um dos responsáveis por ajudar o treinador a chegar à seleção.
Galatto diz que os cinco anos da Batalha dos Aflitos não fizeram a torcida gremista esquecer da façanha.
– Me sinto muito feliz, porque cada vez que vou para Porto Alegre ou quando encontrou um gremista eu recebo reconhecimento. Me chamam, até hoje, de herói da Batalha dos Aflitos.