Estão em fase final as obras dentro do Centro de Ressocialização de Sorriso. Um barracão com 400 metros quadrados e mais um amplo espaço para abrigar reeducandos em uma sala de aulas estão sendo concluídos dentro do pátio da cadeia. A iniciativa é do Conselho da Comunidade da Comarca de Sorriso, órgão responsável por inúmeros projetos sociais desenvolvidos pelos presos.
A sala de aula será para 20 alunos. Os presos serão selecionados de acordo com comportamento, periculosidade, entre outros quesitos. Mas, segundo a psicóloga e presidente do conselho, Adelizeis Faxo de Oliveira Pereira, o mais importante é o reeducando apresentar interesse pelos estudos. As aulas serão oferecidas através do Ensino de Jovens e Adultos (EJA), cujos interessados podem cursar ensino médio e fundamental. Cada curso dura nove meses, separado em três áreas: Linguagens, Ciências Exatas e Humanas. Para ter acesso as aulas não é preciso ser alfabetizado.
Adelizeis já comunicou a Secretaria Municipal de Educação, quanto a abertura da sala de aula. A secretaria deve providenciar carteiras, lousas, entre outros materiais como forma de incentivo a educação dos reeducandos. O professor também deve ser disponibilizado pela prefeitura.
Mesmo se ele ganhar a liberdade durante o curso, o conselho já está dialogando com a direção da escola que oferece o EJA, para que ele continue estudando. Além da sala de aula, os detentos também terão acesso a computadores. Um laboratório de informática, com cinco aparelhos, serão disponibilizados aos presos, porém, provavelmente, sem acesso a internet.
O barracão, que está construído do lado oposto a sala de aula, servirá para a realização de trabalhos com artesanato, fabricação de cadeiras de rodas, entre outros. Os próprios presos, com materiais de construção comprados pelo conselho, com auxílio da sociedade civil organizada, estão reformando o barracão. A verba do conselho vem de multas pagas pelos descumprimentos de diversos Termos de Ajuste de Conduta (TAC), pagamento de multas eleitorais, entre outras penas determinadas pela Justiça do município.
Além disto, o conselho recebe ajuda de muitas entidades da sociedade civil organizada, que apoia grande parte das ações realizadas pela instituição.
