ARARATH Cheques de ex-ministro foram apreendidos na casa de Riva

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Na quinta fase da Operação Ararath, a mais emblemática até o momento deflagrada pela Polícia Federal (PF) em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF) em maio do ano passado, 3 cheques totalizando R$ 1 milhão, emitidos pelo ex-ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Neri Geller (PMDB) foram apreendidos na casa do ex-deputado José Riva (PSD). O ex-presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso foi um dos presos naquela ocasião acusado de integrar um complexo esquema de lavagem de dinheiro que movimentou, segundo as investigações, mais de R$ 500 milhões nos últimos anos.

Dois cheques foram emitidos por Geller em novembro de 2009 enquanto o terceiro foi emitido em outubro de 2010 nos valores de R$ 575,1 mil, R$ 232,4 mil e R$ 220 mil. Ele foi nomeado ministro da Agricultura em março de 2014, 2 meses antes de a Polícia Federal deflagrar a 5ª fase da operação. No entanto, os cheques foram emitidos quando ele suplente de deputado federal. As cópias dos documentos foram divulgadas nesta quarta-feira pelo site MidiaNews.

Antes de ser nomeado ministro, Geller foi vereador por 2 mandatos em Lucas do Rio Verde e eleito como suplente de deputado federal em 2006, pelo PSDB, e em 2010, pelo PP, partido que deixou em outubro do ano passado. Apesar dos cheques assinados por ele, não há informações sobre qualquer investigação formal contra Geller no bojo da Operação Ararath. No entanto, todos os inquéritos policiais instaurados bem como as ações penais que já tramitam na 5ª Vara da Justiça Federal de Mato Grosso são sigilosos.

A Polícia Federal e o Ministério Público não comentam o teor das investigações e nem dos inquéritos. A mesma tática é adotada pelos advogados dos investigados que evitam tecer comentários sobre documentos apreendidos na operação sob argumentação de que as investigações transcorrem sob sigilo.

No cumprimento dos mandados expedidos pelo juiz federal Jeferson Schneider, da 5ª Vara Federal, os agentes da PF também localizaram R$ 29 mil escondidos em um fundo falso na mansão de José Riva localizada no bairro Santa Rosa, em Cuiabá. Outros R$ 16 mil foram localizados dentro de 2 caminhonetes da família Riva. Foram apreendidos ainda 3 barras de um metal dourado, que acredita-se que seja ouro.

 

Reprodução/Midia News

 

 

 

 

 

A defesa do ex-deputado José Riva se manifestou por meio de nota

Confira a íntegra

NOTA DE ESCLARECIMENTO

Em referência às recentes noticias veiculadas a respeito dos objetos apreendidos quando do cumprimento de mandados de busca e apreensão pela Polícia Federal na Quinta Fase da Operação Ararath, a defesa de José Geraldo Riva vem manifestar, primeiramente, seu inconformismo com o vazamento de informações que deveriam correr no mais absoluto segredo de justiça, determinado pelo Supremo Tribunal Federal com relação a todos os documentos que envolvem o caso. Tendo dezenas de citados nesta operação, o que nos causou estranheza, foi o fato de somente os documentos ligados a ele serem divulgados.

Os trabalhos relativos às investigações da Operação Ararath ainda se encontram em fase embrionária, não tendo sido José Geraldo Riva sequer inquirido ou oferecida denúncia em seu desfavor. No momento oportuno e no bojo dos autos do inquérito, José Geraldo Riva explicará todo e qualquer questionamento que lhe for realizado.

Por fim, causa surpresa e espécie à defesa a frustrada tentativa de revolvimento de fatos pretéritos na mídia, vez que as infundadas alegações que anteriormente ocasionaram a segregação cautelar do Sr. José Geraldo Riva já foram devidamente refutadas pelo STF, não havendo motivos para que se tente reavivá-las no presente momento.

Rodrigo Mudrovitsch

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