O site pessoal de Mano Menezes está repleto de fotos.
Nas páginas principais todas relacionadas à Seleção.
Fica claro o quanto adorava ser o técnico do Brasil.
Tinha certeza absoluta que ficaria até a Copa.
Tanto que assinou seu contrato com a Kaiser por quatro anos.
Publicitários garantem que recebia R$ 2 milhões por ano.
Há a certeza que a cervejaria Heineken Brasil vai querer desfazer o trato.
E economizar R$ 4 milhões.
Mano interessava enquanto treinador da Seleção.
O último twitter de Mano foi escrito há 28 dias.
Desejava sucesso ao Brasil na busca do hexa.
Desde o dia 23 de novembro, quando foi demitido sumiu da mídia.
O golpe foi forte demais.
A maior decepção da carreira.
O que parecia um grande presente de Andrés Sanchez virou uma armadilha.
Não fosse o convite para assumir o time da CBF, Mano sabe onde estaria.
Continuaria seu trabalho no Corinthians.
Talvez estivesse no lugar de Tite comemorando o título mundial no Japão.
Foi ele quem comandou a recuperação corintiana na Segunda Divisão.
Agora está com a carreira travada.
Tudo deu errado para Mano na Seleção.
Ele e Carlos Leite tentaram gerenciar sua carreira.
Fazer do futebol uma atividade comum, galgando empregos melhores.
O plano era depois da Seleção voar para o Exterior.
Assumir uma equipe de ponta do futebol mundial.
Mano é fascinado pelo futebol alemão.
Adora a disciplina tática, o método sério de trabalho.
Estuda inglês de forma intensiva há anos.
Fala espanhol.
Se não fosse para a Alemanha, adoraria ir para a Espanha.
Itália, Inglaterra.
Carlos Leite foi parceiro de Jorge Mendes, maior empresário do mundo.
Agente que trabalha com José Mourinho e gerencia a carreira de Felipão no Exterior.
Mendes poderia ajudar Mano.
Poderia desde que o trabalho tivesse sido bom.
Impressionasse o mundo.
Não o que fez com a Seleção.
Na prática, convocou 102 jogadores.
Fez o Brasil ser eliminado das quartas de final da Copa América da Argentina.
Não conseguiu também a sonhada medalha de ouro na Olimpíada.
A pior colocação da história da Seleção no ranking da Fifa está na sua conta.
O Brasil está 18º na colocação geral.
Responsabilidade que deveria ser dividida com Ricardo Teixeira e Andrés.
Os dois quiseram fortalecer o treinador.
E colocaram no caminho do Brasil adversários ridículos como Gabão, Iraque.
A Fifa deu o devido valor a seleções desse quilate: nenhum.
Por isso Marin já conseguiu confirmar Inglaterra e Itália no caminho de Felipão.
Mano saiu da Seleção da pior maneira possível.
Calculista, sabe que o mercado europeu está fechado.
Mesmo os empolgados e endinheirados árabes não o querem.
A campanha na Seleção não justifica.
Mano e Carlos Leite sabem que a retomada precisa ser no mercado nacional.
A falta de sorte o atrapalhou três vezes.
A primeira seria o seu retorno ao Corinthians.
Tite esteve muito próximo da Seleção Brasileira.
Mas enfrentou a resistência do vice Marco Polo del Nero.
Eminência parda e mentor de Marin, brigou por Felipão.
Não queria mais laços de Andrés Sanchez com a Seleção.
Até porque sabe que o ex-presidente corintiano vai tentar derrubar Marin.
O cenário teve peso decisivo para que Tite não fosse o escolhido.
Houve até a antecipação do nome de Scolari.
Foi anunciado antes do Mundial de Clubes.
Marco Polo temia que com a vitória corintiana, o clamor da mídia fosse intenso.
Com Felipão já estando no lugar, essa pressão foi abortada.
Se Tite tivesse assumido, Mano voltaria ao Corinthians.
Andrés e Mario Gobbi o adoram.
Só que nada disso aconteceu.
Depois, Mano foi muito cotado para assumir o Internacional.
Se Dunga não resolvesse voltar ao futebol, o cargo seria seu.
Enfim, seu nome era prioridade para Paulo Pelaipe no Flamengo.
Ele só teria de fazer com que Dorival Júnior fosse embora.
E abrisse mão de uma multa de R$ 2,7 milhões.
Chegou até a mandar embora o preparador físico Celso de Rezende para pressioná-lo.
Mas Dorival foi firme, se o Flamengo quisesse a sua saída que pagasse a rescisão.
Foi tão duro com Pelaipe, que a demissão de Celso de Rezende foi revogada.
E o dirigente gaúcho não pôde reviver a dupla da Batalha dos Aflitos.
Mano acabou escanteado novamente.
Diante do atual quadro, Mano resolveu se calar.
Não deu entrevistas nem para quem considerava a sua parceira, a TV Globo.
A hora é se recolher.
Ele e Carlos Leite sabem que basta esperar.
Depois de conviver com tantas sombras de treinadores na Seleção…
Mano será agora a sombra de vários no Brasil.
Clubes grandes que começarem mal a temporada 2013, pensarão nele.
O ex-treinador da Seleção não ficará sem trabalho no Brasil.
Sabe disso.
Como também tem a certeza que deu vários passos atrás na carreira.
A demissão na CBF foi um golpe duro demais.
Por isso está calado.
Suas aulas com fonoaudióloga não são necessárias agora.
Muito pelo contrário.
O momento é de lamber as feridas.
Se calar.
Apostar na memória fraca dos brasileiros.
A maior parte do seu trabalho na Seleção foi ruim.
Quer que todos se lembrem dos últimos jogos.
Quando dava sinais de ter encontrado o time.
Sem um atacante fixo, com Neymar à frente.
Pouco importa que levou dois anos e meio.
E 102 convocações, 13 só de goleiros.
O que o fará voltar a trabalhar também será o status.
Dirigentes adoram ter um ex-técnico da Seleção.
Por isso a certeza de Carlos Leite.
Ele trabalhará em 2013.
No fim da fila para a Seleção, onde talvez nunca retorne.
O sonho da Europa não existe mais.
Assim como o contrato com a cerveja será desfeito.
Porém as portas dos grandes clubes brasileiros estão abertas.
Para o bem ou para o mal, Mano vai voltar…