Dirigente ficou revoltado e berrou com o corintiano, líder do Bom Senso FC, durante evento em SP
O zagueiro Paulo André, um dos líderes do Bom Senso FC, movimento que busca melhorias nas condições de trabalho dos jogadores, criticou as instalações do Vasco, onde jogou por três meses em 2002. “Eu convivi com ratos e baratas no alojamento do Vasco. Respeito a instituição, mas eu vivi isso e precisamos melhorar essas condições”, criticou.
A declaração revoltou Eurico Miranda, ex-presidente do clube carioca, durante simpósio promovido pela Federação Nacional de Atletas Profissionais nesta segunda-feira (2). Miranda afirmou que não queria participar do debate, deixando claro ainda suas divergências com o Bom Senso FC. O cartola ameaçou ir embora do auditório do Museu do Futebol, no Pacaembu. Acabou discutindo e berrando com Paulo André
A declaração revoltou Eurico Miranda, ex-presidente do clube carioca, durante simpósio promovido pela Federação Nacional de Atletas Profissionais nesta segunda-feira (2). Miranda afirmou que não queria participar do debate, deixando claro ainda suas divergências com o Bom Senso FC. O cartola ameaçou ir embora do auditório do Museu do Futebol, no Pacaembu. Acabou discutindo e berrando com Paulo André
O encontro contou com a presença de atletas profissionais, representantes das entidades sindicais, dos clubes, do Ministério do Esporte, CBF, e Rede Globo, em um debate sobre o futebol brasileiro. O representante do Bom Senso discutiu com o conselheiro cruz-maltino em vários momentos da conferência. Mas o que deixou Eurico Miranda mais irritado foi ouvir de Paulo André a acusação de que existiam ratos nos alojamentos de São Januário na época em que o zagueiro passou pelo clube, justamente durante a gestão do ex-deputado
“Ar condicionado é um luxo que não é necessário, mas passei três meses no Vasco em 2002 e morei com rato e barata”, afirmou o atleta, ironizando declaração anterior de Eurico, que afirmou que o Bom Senso está defendendo apenas a elite do esporte e está mais preocupado em ter quartos climatizados. Ao ouvir a declaração do zagueiro, o ex-dirigente quase saltou de sua poltrona e, sem microfone, gritou para ser ouvido
Eurico Miranda, que participou do evento substituindo o presidente da Federação Carioca de Futebol, Rubens Lopes da Costa Filho, reagiu à crítica de maneira enfática. “Isso é impossível. É uma ofensa a uma instituição centenária. Rato deve ser comum na Europa ou na casa dele (Paulo André)”, criticou o dirigente, que era presidente do Vasco na época citada pelo jogador do Corinthians
“Você está com sua visão deturpada e está desrespeitando o Vasco”, bradou Eurico, sendo orientado pelos organizadores a esperar sua vez para se pronunciar, ouvindo ainda Paulo André reiterar suas declarações. “Respeito o Vasco, sua torcida, seus títulos e sua história. É um clube importantíssimo. Estou falando da experiência que eu vivi, mas é a realidade de outros também”
Ao chegar sua vez de falar, Eurico Miranda foi contundente nas críticas ao zagueiro. “Sinceramente, gostaria de ter ido embora, porque o que ouvi é uma ofensa gravíssima a uma instituição centenária. O Vasco não formou Paulo André, mas sim uma relação de jogadores como Romário, Edmundo e uma centena que não tem nada a ver com Paulo André. Não vem ele aqui ser referência, porque tenho de futebol o que ele não tem de idade. Teve a oportunidade rara de ir para uma divisão de base do Vasco e diz que viu rato? Pode ver rato na praia, na casa dele ou em qualquer lugar, mas não lá”
Na mesa para o debate estavam Rinaldo Martorelli, presidente da Fenapaf, Ocimar Bolicenho, presidente da ABEX (Associação Brasileira dos Executivos de Futebol), Vilson Ribeiro de Andrade, presidente do Coritiba, Marco Aurélio Cunha, ex-dirigente do São Paulo, Luiz Ademar, presidente da ACEESP (Associação dos Cronistas Esportivos de São Paulo), Turíbio Leite, fisiologista consultor da Fenapaf. Andrés Sanchez, responsável pela construção do Itaquerão, participou apenas da abertura do evento
Desde o início de sua participação, Eurico Miranda se mostrou bastante crítico ao Bom Senso FC, alegando que o movimento defende os interesses apenas de uma minoria. Apesar de Paulo André ter dito que as ações buscam os benefícios aos times do interior, o ex-presidente vascaíno manteve sua posição.“Este discurso é demagógico, porque não querem saber daqueles que sofrem. Não querem saber dos 90% que botam salário de R$ 1 mil. Para chegar a R$ 1 milhão, são mais de 80 anos. Isso é uma ofensa ao cidadão. Há treinador que ganha R$ 700 mil, R$ 800 mil”, reclamou.
Antes do fim do evento, com os ânimos mais calmos, Eurico Miranda se retirou, alegando que teria de voltar ao Rio de Janeiro. Cumprimentou os participantes da mesa, inclusive Paulo André, e caminhou tranquilamente para um taxi em frente ao Pacaembu
