Candidato da situação, Roberto de Andrade é o novo presidente do Corinthians. Representante da chapa Renovação e Transparência, que tem o ex-presidente Andrés Sanchez como principal expoente, Roberto de Andrade conta com André Luiz Oliveira, o André Negão, e Jorge Kalil como os seus vices. A eleição aconteceu neste sábado no Parque São Jorge. O novo mandatário comandará o clube alvinegro nos próximos três anos.
Roberto de Andrade ocupou o cargo de diretor de futebol durante a gestão de Mário Gobbi, e nos últimos meses foi peça importante na vida política do Corinthians. Ele foi eleito neste sábado com 1848 votos. Antonio Roque Citadini, candidato da oposição, recebeu 1393 votos. O Conselho Deliberativo também será da chapa da situação.
As escolhas dos sócios foram computadas em urnas eletrônicas das 9h às 17h. O clube ficou repleto de material de campanha dos dois candidatos, com caminhões de som e militantes postados à porta do ginásio da votação. Do lado de fora, torcedores organizados protestavam tanto contra situação quanto contra oposição.
O resultado revela que o racha da situação e a união da oposição não foram suficientes para que Citadini saísse vencedor e derrubasse o grupo que comanda o clube desde a saída de Alberto Dualib. Dirigente no início dos anos 2000, o candidato da chapa Pró-Corinthians – apoiado pelos antes pré-candidatos Paulo Garcia e Ilmar Schiavenato – foi derrotado.
Roberto de Andrade deixou o cargo de diretor de futebol no início do ano passado, mas, com a iminente troca de poder, passou a agir novamente como dirigente e tratar do elenco de 2015. Assume em um momento complicado da agremiação do Parque São Jorge, especialmente do ponto de vista financeiro.
A dívida do Corinthians, divulgada a dois dias da eleição, é de R$ 313,5 milhões. A partir de julho, o clube tem de pagar prestações mensais de R$ 5 milhões ao BNDES pelo financiamento do estádio de Itaquera. A arena foi inaugurada há quase um ano, abriu a Copa do Mundo e ainda não teve o seu nome vendido. A folha salarial do time profissional é de R$ 13 milhões por mês e não está em dia.
Nesse cenário, o centroavante Paolo Guerrero pede R$ 18 milhões só como prêmio pela renovação de seu contrato, que expira em julho. Outra preocupação do novo presidente é a situação das categorias de base. Pelas dificuldades financeiras do clube, várias promessas, como Malcom, tiveram boa parte de seus direitos econômicos cedidos como pagamento de empréstimos.