O emprego das Forças Armadas para liberar estradas ocupadas por caminhoneiros, determinado na sexta-feira, 25, pelo governo Michel Temer (MDB), é ‘inadmissível‘, para a Anistia Internacional. A ONG de defesa dos direitos humanos considera o uso dos militares ‘extremamente preocupante‘. A atuação, acredita, cerceia a ‘liberdade de expressão e manifestação‘ dos grevistas e pode desencadear ações violentas.
Tânia Rêgo/Agência Brasil |
‘O papel das Forças Armadas não é atuar em protestos, manifestações e greves. A liberdade de expressão e manifestação são um direito humano. As partes envolvidas em uma manifestação e as autoridades relevantes devem encontrar um caminho de negociação e uma saída pacífica para os eventuais impasses encontrados‘, diz nota da Anistia.
‘Enviar as Forças Armadas é grave erro e pode levar a uma escalada da violência. Além disso, o precedente de convocação e autorização para que as Forças Armadas atuem nacionalmente é mais um passo inadmissível no caminho da militarização da gestão das políticas públicas,‘ afirma a diretora da Anistia no Brasil, Jurema Werneck, em nota.
Temer solicitou que governadores tomem a mesma medida em seus estados, como forma de liberar a passagem nas rodovias de cargas como combustíveis e alimentos. ‘A Anistia Internacional reivindica que o governo federal recue na sua decisão e que os governos estaduais não lancem mão das Forças Armadas para atuar em protestos e manifestações‘, afirma a nota da ONG.