Seis meses depois do combinado, o Fielzão finalmente começou a sair do papel, na segunda-feira (30). Apesar do pouco movimento, – apenas seis máquinas e 20 operários fazem a terraplanagem no terreno em Itaquera – o presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, não perdeu tempo e aproveitou o início das obras para enaltecer suas conquistas à frente do clube.
Em comunicado oficial, Sanchez comemorou a presença de trabalhadores no terreno. Depois de gastar algumas linhas para dizer que o dia 30 de maio entrará para a história do clube, ele tratou de “lembrar” os torcedores de que “essa atual diretoria sempre elegeu como prioridade o aprimoramento das estruturas físicas do Corinthians”, citando também o CT Joaquim Grava, concluído em setembro de 2010.
Quando entra no assunto do estádio, no entanto, o presidente se esquece de agradecer aos dois principais responsáveis para que a arena corintiana virasse realidade: O ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da CBF, Ricardo Teixeira. O primeiro fez a ponte com a Odebrecht, construtora que acompanhou Lula nos oito anos de mandato, e se ofereceu para ajudar como pudesse no projeto do Fielzão. O segundo foi o responsável por colocar a arena do clube na Copa do Mundo de 2014, o que faz da construção imprescindível para o Mundial.
Sanchez também não cita que a construção começa ainda sem uma garantia financeira. Aproximadamente R$ 240 milhões virão em forma de isenção de impostos municipais (por meio de Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento). Outros R$ 400 milhões devem sair de empréstimo junto ao BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento). O orçamento feito pela construtora está em mais de R$ 1 bilhão, mas o Corinthians ainda tenta diminuir esse valor, como diz Sanchez no comunicado.