Agentes decidem pela greve; há risco de mais fugas

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Agentes prisionais do Estado de Mato Grosso decidiram, em uma assembleia-geral, realizada no fim da tarde de sexta-feira (24), deflagrar uma greve geral. 

O motivo, segundo o Sindspen (Sindicato dos Servidores Penitenciários de Mato Grosso), é a falta de negociação entre a categoria e a Sejudh (Secretaria de Justiça e Direitos Humanos).  

Os representantes da categoria alegam que não conseguem falar com o secretário Paulo Lessa, tampouco com seus assessores.

Cerca de 200 servidores participaram da assembleia, realizada no CPA IV.  Devido ao prazo legal de 72 horas, que deve ser cumprido pelos servidores, a paralisação tem início previsto para a próxima quarta-feira (29). 

“Nós fizemos um relato aos presentes de como procederam as negociações nesta semana, as quais praticamente não tiveram nenhum avanço e a maioria dos presentes votou pela greve. Ou seja, a partir de quarta-feira, todo o sistema penitenciário do Estado estará funcionando apenas com 30% do seu efetivo”, disse ao MidiaNews João Batista, presidente do Sindspen. 

A categoria reivindica uma pauta composta por 30 itens. Entre os principais estão o pagamento da insalubridade, reajuste salarial de 20% em 2012, 25% em 2013 e 30% em 2014, além de aumento emergencial de efetivo. 

Durante o período de greve, que é por tempo indeterminado, somente os serviços essenciais nas unidades prisionais serão mantidos. 

“Será mantida uma pequena parte do efetivo dentro das unidades, realizando os serviços primordiais, os demais estarão paralisados”, informou o sindicalista. 

Denúncias 

Nesta semana, o Sindispen encaminhou um ofício e um dossiê ao governador Silval Barbosa, relatando o caos instaurado no sistema prisional de Mato Grosso. 

O documento foi protocolado na tarde de terça-feira (21), na Casa Civil do Palácio Paiaguás. 

Entre as denúncias apresentadas pelos agentes está a situação de vulnerabilidade a que os funcionários estão sujeitos. 

Também são relatados casos de doenças crônicas nos detentos, e que estes dividem os mesmos ambientes com os servidores do sistema. 

O sindicato aponta que no CRC (Centro de Ressocialização de Cuiabá), a antiga Cadeia Pública do Carumbé, há 15 internos soropositivos (HIV) e 26 com tuberculose. 

E que os presos não estão separados, dividindo o mesmo ambiente com agentes penitenciários, sem nenhuma segurança. Leia mais AQUI

Fuga em massa 

O documento alega que o descaso para com o sistema prisional em Mato Grosso é comprovado pela fuga em massa de 43 reeducandos Penitenciária Central do Estado (PCE), ocorrida na última segunda-feira (20), dos quais nem um terço foi recapturado. Leia mais AQUI

Outro lado

A assessoria de imprensa da Sejudh disse ao MidiaNews que já sabia da greve e que já tomou medidas para colocar em prática assim que o movimento for deflagrado. 

A pasta também afirma que mantém um "bom relacionamento" com o agentes.

 

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