Advogados de Eder ‘culpam’ PGE por pagamento de precatório à Hidrapar

Data:

Compartilhar:

Embora o precatório de R$ 19 milhões tenha sido pago pelo Estado à empresa Hidrapar Engenharia Civil no período em que Eder Moraes (PHS) era o secretário estadual de Fazenda, seus advogados afirmam que ele não tem qualquer responsabilidade e nem combinou qualquer propina para priorizar a empresa em detrimento a outras que também tinham precatórios a receber. Após audiência de instrução na ação penal da Operação Ararath que tramita na 5ª Vara Federal de Mato Grosso, sobre o assunto, a defesa de Moraes reafirmou que o pagamento foi autorizado pela Procuradoria-Geral do Estado.

O pagamento da elevada quantia é um dos fatos investigados na Operação Ararath, porque segundo o Ministério Público Federal (MPF), os advogados e irmãos Alex Tocantins Matos e Kleber Tocantins Matos, representantes da Hidrapar, combinaram com Eder uma propina de R$ 5,250 milhões para “furar a fila” desrespeitando a ordem cronológica dos precatórios.

Para isso, segundo a denúncia, Eder Moraes indicou empresas para receber o valor da propina. Nesse ponto surge, segundo o MPF, o empresário Gércio Marcelino Mendonça Júnior, o Júnior Mendonça, dono das empresas Globo Fomento Ltda e Amazônia Petróleo que teria auxiliado os advogados para, juntos, levarem adiante o crime de lavagem de dinheiro.

Dessa forma, afirma o MPF, num 2º momento foram repassados R$ 5.250 milhões da conta do escritório de advocacia dos irmãos Tocantins para Globo Fomento. Desse total, R$ 4 milhões eram para pagar um empréstimo feito pelo então vice-governador de Mato Grosso Silval Barbosa (PMDB), em 2008, com Júnior Mendonça, para custear a campanha eleitoral do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB).

Avaliação positiva

De todo modo, os advogados Ronan de Oliveira e Ricardo Spinelli que defendem Eder Moraes disseram que a audiência desta quinta-feira (9) foi excelente. Eles negaram qualquer envolvimento entre o ex-secretário e os outros 2 réus. “O Eder não tem e não teve no passado nenhum contato com o Alex e Kleber Tocantins. Eder nunca teve com eles e nem os conhece pessoalmente”, sustentou Ronan.

Para a defesa, a denúncia do MPF contra Eder ocorreu em razão de procedimento administrativo do Estado. “Houve o pagamento pelo Estado sem nenhuma co-relação entre o Eder, Kleber e Júnior Mendonça. O pagamento não foi errado, mesmo porque ele foi auditado e autorizado pela Procuradoria Geral do Estado”. A ordem cronológica, segundo o advogado Ronan de Oliveira também não foi desrespeitada. “A Sanemat é uma empresa de sociedade de economia mista, portanto nela não há ordem cronológica de precatórios”.

Denúncia absurda

Ambos os advogados desqualificam a denúncia de propina de R$ 5,2 milhões que o Ministério Público Federal afirma ter existido. “Totalmente infundada”, definiu Ronan. “Entendemos que na visão da defesa técnica é uma versão absurda apresentada. não houve nenhuma ingerência por parte do senhor Eder Moraes”, completa Spinelli.

Ele sustenta que a ordem de pagamento não partiu do ex-secretário que pegou uma fase final já com pareceres técnicos da Procuradoria Geral do Estado e após ter passado por uma auditoria. “Quem analisa essa ordem cronológica dos precatórios é a Procuradoria do Estado. O Eder de Moraes, em nenhum momento teve qualquer participação em gerência. O Alex Tocantins veio hoje a juízo e disse categoricamente que desconhece, que não houve nenhuma solicitação, nenhuma aceitação ou promessa de vantagem indevida pra burlar em tese, precatório que diga-se de passagem, no presente caso nem precatório é”.

De acordo com Ricardo Spinelli por ser a Sanemat uma empresa sociedade de economia mista ela não se sujeita a uma ordem de precatório. “Na verdade houve uma decisão judicial que fixou e arbitrou o pagamento. Na verdade é um pagamento arbitrado pela Justiça. A Hidrapar nada mais fez do que o cumprimento da sentença”, justificou o advogado. “Ele apenas exarou uma posição autorizando pagamento daquilo que já estava autorizado anteriormente. Quando o processo chega na Secretaria de Fazenda já chega pronto para o pagamento. O Eder só verifica o fluxo de caixa do Estado para efetuar o pagamento e ai ele pode propor um acordo, um parcelamento para efetivamente cumprir com aquela obrigação estatal”.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Notícias relacionadas

PRAZO PARA REGULARIZAÇÃO DO TÍTULO ELEITORAL E ATÉ DIA 08 DE MAIO.

Veja a reportagem completa em vídeo, entrevista com o coordenador do cartório eleitoral em Colíder. https://www.youtube.com/watch?v=4dAKqynzOuo

SECRETARIA DE SAUDE INVESTE EM PREVENÇÃO: CARRETA DO HOSPITAL DO CÂNCER REALIZA CENTENAS DE ATENDIMENTOS EM COLÍDER.

Mais de 400 pessoas foram atendidas nesta quarta-feira (24), pela unidade móvel (Carreta) do Hospital do Câncer de...