O pedido de uma pensão de dois salários mínimos — atualmente R$ 1.448 — a Suzane von Richthofen, a partir do espólio dos pais dela deverá ser julgado pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) na próxima quinta-feira (6). No entanto, o advogado Denivaldo Barni alega ser uma questão antiga, que “está superada”. Segundo ele, Suzane não precisa mais dessa ajuda financeira.
— Trata-se de um pedido que foi formulado lá atrás, cerca de oito anos atrás, que já está superado. Acabou.
O defensor ainda argumenta que o recurso foi encaminhado ao STJ por ser um andamento do processo, mas que não deverá entrar com recurso, caso fique mantida a decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo, que não concedeu a pensão.
O casal Marísia e Manfred von Richthofen foi assassinado em 2002 por Daniel e Cristian Cravinhos, os irmãos Cravinhos, com participação da própria Suzane. Daniel era namorado de Suzane na época.
A jovem cumpre pena de 39 anos por homicídio triplamente qualificado na penitenciária feminina de Tremembé, no interior de São Paulo. Suzane foi condenada pelo assassinato dos pais, mortos a pauladas em 31 de outubro de 2002. Ela foi responsável por planejar o crime, que foi executado pelos irmãos Cravinhos.
Em dezembro do ano passado, o Ministério Público de Taubaté, no interior paulista, foi contrário ao pedido de progressão para o regime semiaberto feito pela defesa de Suzane.
Na época, o parecer se baseou em um exame criminológico feito por psicólogos no mês anterior. O laudo foi solicitado pelo próprio MP e pela VEC (Vara de Execuções Penais). O resultado do exame revelou que Suzane “é emocionalmente instável, possui tendência em agir de forma impulsiva e sem medir as consequências dos seus atos, além de apresentar características psicóticas, vontade de burlar e desafiar a lei, imaturidade, egocentrismo e narcisismo”.
O crime
Manfred e Marísia dormiam quando Suzane, Daniel Cravinhos, namorado dela na época, e o irmão dele, Cristian Cravinhos, entraram na garagem no carro da jovem. A polícia conta que Suzane foi até o quarto dos pais para conferir se eles estavam dormindo.
Em seguida, Daniel e Cristian entraram em ação. Daniel se aproximou de Manfred. Cristian, de Marísia. O casal foi golpeado várias vezes na cabeça com barras de ferro. Os irmãos Cravinhos ainda usaram toalhas molhadas e sacos plásticos para sufocar Manfred e Marísia.
Enquanto os pais eram assassinados, Suzane esperou no andar de baixo da casa. A jovem revirou o escritório para simular um assalto. Antes de ir embora, o trio embolsou 5.000 dólares e R$ 8.000 guardados por Manfred.
Depois da morte dos pais, Suzane foi com Daniel para um motel. Às 3h, ela deixou o namorado em casa e foi em busca do irmão Andreas em uma lan house. Ela e o irmão caçula voltaram à mansão. Ao encontrarem os pais mortos, Suzane acionou a polícia.
Na madrugada de 22 de julho de 2006, o Tribunal do Júri condenou Suzane e os irmãos Daniel e Cristian Cravinhos à prisão pelo assassinato do casal. O trio foi condenado por duplo homicídio triplamente qualificado. Eles estão presos na penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo.