Adilson Batista deixou os vestiários no Serra Dourada bastante abatido. A derrota por 3 a 0 para o Atlético-GO pôs fim à sua passagem pelo São Paulo e o técnico optou por dar somente um pronunciamento, sem dar espaço para perguntas, em suas últimas palavras como comandante do clube do Morumbi. E as direcionou aos seus principais contestadores: os torcedores.
"Peço desculpas ao torcedor são-paulino. Entendo a chateação e a revolta. Torço para que o clube tenha tranquilidade e volte o ambiente favorável, de calor. A bola comigo não estava entrando", lamentou o treinador, ressaltando seu empenho para que o trabalho gerasse melhores resultados.
"Agradeço ao São Paulo Futebol Clube pela possibilidade de trabalhar. Procurei me dedicar da maneira como se tivesse uma oportunidade na Seleção Brasileira pela estrutura, condição de trabalho e lealdade das pessoas que o dirigem", enalteceu Adilson.
Na sexta-feira, durante sua entrevista coletiva, demonstrou alegria pelas palavras de Juvenal Juvêncio dois dias antes, de pleno apoio ao seu trabalho, e até concordou com a avaliação do presidente de que são os jogadores que não estavam rendendo. Mas o mandatário estava menos paciente do que dizia. De São Paulo, ligou neste domingo para o diretor de futebol, Adalberto Batista, informar o técnico que estava demitido.
"O futebol é resultado e, infelizmente, os nossos não têm sido os melhores. Peguei o time em segundo lugar após o trabalho do Paulo [César Carpegiani] e do Milton [Cruz, auxiliar técnico] e o entrego em sexto", constatou, admitindo que tinha esperança de evitar a queda.
"Fizemos um bom primeiro tempo, poderíamos ter conseguido um resultado melhor. Futebol é assim. Não se vence, é melhor sair. Agradeço ao Juvenal, ao José [Carlos Alves, gerente de futebol], ao Adalberto pela tranquilidade neste período", encerrou, antes de seguir cabisbaixo em sua última aparição com uniforme do São Paulo.